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Ex-presidente da Câmara de Cuiabá nega envolvimento com família de traficantes

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Acusado de corrupção ativa por supostamente liderar um esquema de venda de sentença, em favor de traficantes da família Pagliuca, o ex-vereador João Emanuel (PSD) prestou depoimento, ontem, no Fórum de Cuiabá. Na ocasião, o pessedista negou envolvimento nos fatos apontados pelo Ministério Público Estadual (MPE) e afirmou desconhecer a maioria dos envolvidos e dos réus do caso ou ter tido qualquer relação pessoal com eles.

Também desacreditou a existência e possibilidade de venda de sentenças no Judiciário mato-grossense. “Não passa pela minha cabeça que um magistrado possa vender uma decisão judicial e que um promotor possa receber para não recorrer dessa decisão”. João Emanuel foi interrogado pela juíza Selma Rosane Santos Arruda, da Vara Especializada contra o Crime Organizado, que concedeu prazo de 48 h, a contar a partir de hoje (02), para a defesa apresentar as diligências. Dos 10 réus da ação penal proposta pelo MPE, o ex-parlamentar foi o último a depor.

Advogado de defesa, Eduardo Mahon afirmou que, devido à complexidade do processo, irá reanalisá-lo para apresentar as diligências. Mahon também reafirmou que não há elementos comprobatórios da participação de João Emanuel no esquema. O MPE aponta a participação com base em interceptações telefônicas realizadas pela PF. Segundo Mahon, a ligação não comprova nada uma vez que o seu cliente apenas diz o número de sua candidatura ao ouvinte do outro lado da linha, em uma conversa breve.

Consta nos autos que, em 2012, quando ainda era candidato a vereador, João Emanuel era quem comandava as ações do estudante de direito Marcelo Santana, que por sua vez tentava cooptar o assessor da Vara do Crime Organizado, Clodoaldo Souza Pimentel, no intuito de que redigisse minuta de decisão favorável à soltura dos traficantes. O ex-parlamentar, no entanto, lembrou que o contato que tinha com Marcelo era profissional, tendo em vista que este era seu estagiário na época. Para o parlamentar, o nome dele foi usado indevidamente no esquema, como uma forma de blefe. 

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