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Terra Prometida: prefeito diz que deixa cargo ‘se provarem acusações’; Lucas tem manifesto

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O prefeito de Ipiranga do Norte, Pedro Ferronatto (PTB), citado na operação “Terra Prometida” da Polícia Federal que investiga na venda de áreas da reforma agrária em Itanhangá (350 quilômetros de Cuiabá), disse hoje, ao Só Notícias, que entrega “o cargo amanhã se provarem as acusações” contra ele. Ferronatto afirmou que o delegado que conduz as investigações “mentiu quando disse que tenho dez lotes em terras de reforma agrária. Essas injustiças têm que acabar. Ele se baseou em denúncia anônima e isso é vazio. Não faço parte de quadrilha”.

O gestor também criticou a atuação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em assentamentos. “O Estado é morto. O que temos feito é cobrar a regularização fundiária. O delegado deveria ir lá então e resolver o problema e não aparecer na mídia, como ele fez. Faz cinco anos que não aparece ninguém do Incra em Itanhangá. O promotor federal primeiro tem que corrigir isso e depois vir para cá”, desabafou.

Há pouco (por volta das 14hs), começou, em Lucas do Rio Verde, manifesto de lideranças políticas, dirigentes de entidades que representam o setor empresarial, do agronegócio e da sociedade de forma geral de solidariedade a alguns empresários e fazendeiros que foram presos na operação. Eles estão na câmara municipal. "É preciso ficar muito claro que não somos contrários à investigação feita pela Polícia Federal. Mas a forma com quem foi feita e o rótulo que empresários e produtores locais foram relacionados na ação como líderes de quadrilha não concordamos em hipótese alguma", disse uma das lideranças, ao Só Notícias. "Alguns dos investigados são pessoas de bem que foram tratadas como bandidos".

Conforme Só Notícias já informou, 24 pessoas foram presas e encaminhadas a Cuiabá, 8 presos em Sorriso, Itanhangá e demais cidades foram recambiados para Sinop por suposto envolvimento. Entre os presos estão políticos, servidores públicos e fazendeiros acusados de envolvimento no esquema.

Entre os que foram presos estão os irmãos Odacir e Milton Geller, que foram encaminhados ao Centro de Custódia de Cuiabá, no bairro Carumbé. Odacir reside em Lucas do Rio Verde e Milton (que foi prefeito de Tapurah), em Nova Mutum. O advogado deles Edy Piccini negou o envolvimento nas irregularidades e expôs que a empregada de Odair é a real exploradora da área. "Ela tem raízes no município e tem o terreno lá", declarou à Agência Estado, acrescentando que a as denúncias contra ambos tinha como objetivo "atingir o ministro". O ex-prefeito de Lucas, Marino Franz, também acabou preso. Em nota, a empresa que ele comanda, a Fiagril, negou com veemência as acusações. A Polícia Federal informou que o ministro Neri Geller não foi investigado na “Operação Terra Prometida”.

O prejuízo aos cofres públicos pode alcançar R$ 1 bilhão. A investigação apurou que o grupo criminoso, formado por fazendeiros, empresários e grupos do agronegócio, procurava obter uma verdadeira “reconcentração fundiária” de terras da União que haviam sido destinadas à reforma agrária. Com ações ardilosas, uso da força física e até de armas, compravam a baixo preço ou invadiam essas áreas.

Para a manutenção do comércio ilegal e reconcentração de terras da reforma agrária, no decorrer dos últimos dez anos, a organização criminosa fez uso de documentos falsos, ações de vistoria simuladas, termos de desistência fraudados e dados inverídicos incluídos no  Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária (SIPRA/INCRA), propiciando que grandes latifundiários, grupos de agronegócio e até empresas multinacionais ocupassem ilicitamente terras da União destinadas à reforma agrária.

 (Atualizada às 14h34)

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