Preocupados com o anúncio da fusão das secretarias de Cultura, Turismo e Esporte, produtores e ativistas da cena cultural de Cuiabá estiveram na câmara para protestarem em um ato intitulado “enterro da Secretaria de Cultura de Cuiabá”. O agrupamento de três secretarias em apenas uma, está prevista no projeto de lei que reestrutura a administração do Executivo para o ano de 2015. A proposta prevê reduzir de 24 para 17 o número de secretarias para garantir economia do município.
Insatisfeito com a unificação, a produtora e cineasta Danielle Bertollini utilizou a tribuna da câmara para revelar o temor da classe. “Chamamos isso de ‘Secretaria de Salada Mista’ porque não há uma política pública que faça a união entre essas pastas. Não houve diálogo do prefeito com essas classes. Cada uma delas tem sua importância”.
O grupo aproveitou a oportunidade para convocar o prefeito Mauro Mendes (PSB) para dialogar com o setor, assim “como o governador eleito Pedro Taques (PDT) fez com os artistas”. Taques também trabalha para a redução de secretarias na sua gestão prevendo a economicidade do Estado.
“Acho que a gente merece esse respeito. Pare de ver a cultura como uma perfumaria! Temos um orçamento de apenas 0,3% de orçamento e estamos lutando para ter 1% pois iríamos produzir muito mais do que produzimos hoje sem ter apoio dos governantes”, recordou Bertollini.
Apesar do reclame, o presidente da Câmara de Vereadores Júlio Pinheiro (PTB) entendeu que o setor cultural de Cuiabá não será prejudicado com a fusão das pastas. “Está equivocado, quem perdeu foi o turismo e o esporte, a secretaria de cultura passou a ser valorizada e quem vai comandar a pasta é o secretario de cultura, mas também precisamos discutir o que precisa melhorar”.
Júlio também anunciou que irá propor emendas ao projeto de Lei para minimizar o impacto nas pastas. “Quantas emendas houver serão feitas. Eu acho que a cada pasta extinta tem que criar uma secretaria adjunta relacionada a aquela pasta. Uma adjunta da cultura, do esporte junto com a cultura. Tem que ter referências, uma identidade”.