O responsável pela distribuição de medicamentos da Secretaria de Saúde de Sinop, José Marcos da Silva Santos, respondeu hoje, questionamentos da comissão parlamentar de inquérito que investiga vencimento de remédios que não podem ser distribuídos para a população. José Marcos está no cargo desde 2001 e acredita que “erro humano” possa ter levado à compra em excesso, além da utilização de um sistema de controle inoperante. “Acredito sim que existia um planejamento para a compra e como acredito também que o fato de alguns medicamentos serem comprados a mais. Acredito também que o erro humano não é impossível”, declarou. Quanto a falha, José cogita que "tenha sido um erro humano essa quantidade (a compra), porque se tivesse um sistema que funcionasse de verdade, talvez isso não aconteceria. Se tivesse um profissional da área lá dentro, talvez também não teria acontecido isto”, emendou, lembrando que na época da compra dos remédios, em 2012, não havia um farmacêutico responsável no setor.
O responsável pelo departamento de compras, João Ricardo Carneiro, que prestou depoimento na semana passada, também informou a nova compra de medicamentos perdidos. “Não posso garantir com certeza, mas esses medicamentos, acredito, que foram comprados”, disse em depoimento.
Embora o secretário de Saúde, Francisco Speciam Júnior, tenha atribuído ao “desuso” do medicamento sulfametoxazol (usado para tratar infecções bacterianas), José Marcos acredita que novos lotes foram licitados. “Eu sei que ela (sulfa) foi licitada e eu acredito que tenha sido comprada e deva estar para chegar ou coisa parecida. Eu não posso falar com tanta precisão porque a gente não tá de acordo com lá, ligado diretamente com o setor de compras”, informou.
Segundo a denúncia que levou a criação da CPI, 12 mil frascos do remédio foram comprados e 9 mil deles venceram no depósito.
“Dizer que os médicos têm uma certa resistência ou uma rejeição do medicamento não acredito seja isso. Não acredito que seja uma resistência dos médicos, mas que seja uma resistência natural do próprio mercado. Quando chega uma droga nova no mercado é claro que os médicos, principalmente os mais novos, vão passar a usar essa droga mais nova porque ela vai ter um efeito maior, um efeito melhor, um efeito mais rápido, então aqueles medicamentos vão ficando parar traz”, declarou, quando questionado sobre a resistência dos médicos em receitar o sulfametoxazol.
Pela manhã, o cardiologista Emerson Ribeiro atendeu convite da CPI e prestou informações, a título de orientação, sobre o uso da medicação. Conforme Emerson, o antibiótico é prescrito por profissionais de grandes centros como São Paulo. “Há médicos de renome em São Paulo, que receitam esse tipo de antibiótico normalmente, é muito utilizado pelos médicos”, disse.
De acordo com o presidente da comissão, vereador Carlão, o próximo a ser ouvido, dia 17, às 14hs, será o ex-secretário de Saúde Mauri Rodrigues Lima, que estava na gestão da pasta na época em que os medicamentos foram comprados. “Depois, baseado em todas as informações que colhemos, mais os depoimentos, o vereador Fernando Assunção vai fazer o relatório que irá mostrar a conclusão que chegamos se houve negligência ou não”, afirmou.
A informação é da assessoria da câmara.