O juiz da 5ª Vara Federal de Cuiabá, Jeferson Schneider, marcou para o dia 4 de setembro o interrogatório do superintendente regional do BicBanco em Mato Grosso, Luiz Carlos Cuzziol, réu no 1º processo penal originado da operação Ararath que investiga um esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro no Estado. Ele será ouvido a partir das 13h30 na sede da Justiça Federal.
Outros dois réus no processo foram ouvidos neste mês, restando apenas Cuzziol para ser interrogado, uma vez que o magistrado destacou ser necessário aguardar a notificação, via carta precatória, de uma testemunha de defesa que mora em São Paulo para só então interrogar o réu.
Como o processo já passou pela fase de depoimentos das testemunhas e interrogatório de 2 dos 3 réus, após Cuzziol ser ouvido, o juiz federal responsável pelo caso poderá proferir uma sentença no caso a qualquer momento. Além do superintendente, também são réus na ação, o ex-secreetário de Fazenda, Eder Moraes (PMDB) e sua esposa, a empresária Laura Tereza da Costa Dias.
Antes, existia um 4º réu, o ex-secretário adjunto de Fazenda, Vivaldo Lopes Dias, porém, o processo em relação a ele foi desmembrado originando uma 2ª ação pena que tramita separadamente tendo também Eder Moraes como réu. Vivaldo só será interrogado após a conclusão de uma perícia contábil na sua empresa, a Brisa Assessoria e Consultoria.
A denúncia contra Cuzziol, Eder, Laura e Vivaldo Lopes Dias foi feita pelo Ministério Público Federal (MPF) após a deflagração da Operação Ararath, que embasa o inquérito para apurar um esquema envolvendo políticos e empresários de Mato Grosso no que seria uma simulação de instituição financeira para a concessão de empréstimos. Cuzziol é acusado de ter facilitado os empréstimos fraudulentos em nome da empresa Comercial Amazônia de Petróleo, de propriedade do empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, que está na condição de delator premiado. Nessas transações comerciais, segundo o Ministério Público Federal, o então secretário Eder Moraes era quem viabilizava e determinava a liberação dos empréstimos.
Os advogados do superintendente do BicBanco sustentam que ele é inocente de todas as acusações e garantem que vão provar na Justiça. As testemunhas de Cuzziol, funcionárias do BicBanco foram as primeiras a serem ouvida em julho, por meio de videoconferência, pois moram no estado de São Paulo. Os depoimentos dos bancários serviram para esclarecer a forma como BicBanco costumava liberar empréstimos. A nova data para o interrogatório de Cuzziol foi marcada após a comunicação da Comarca de Boituva (SP) quanto a distribuição da carta precatória para a testemunha enviada no dia 12 de agosto.