A candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, recebeu hoje (31) o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em ato realizado em Guarulhos (SP). O evento marcou o início oficial da campanha eleitoral da candidata.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, entregou à candidata um documento com as propostas da central para um eventual segundo governo de Dilma. Entre as reivindicações, estão a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, o fim do fator previdenciário, a manutenção da política de valorização do salário mínimo, além da reforma agrária, a democratização das comunicações e o fim da discriminação de negros e mulheres.
“Só vemos uma condição para fazer esta transformação: tendo mais Dilma para fazer, pois os outros [candidatos] não vão fazer,” disse Freitas. “Estamos do mesmo lado e não somos o Banco Santander. Se o Santander está do outro lado, nós estamos com Dilma para mudar o Brasil,” comparou o sindicalista, em referência ao episódio em que o banco emitiu comunicado a alguns correntistas em que relaciona a eventual reeleição de Dilma a efeitos negativos para a economia.
Em um discurso de 37 minutos, Dilma disse que irá manter a política de valorização do salário mínimo que, segundo ela, ajudou a diminuir a desigualdade social no país, junto com o Bolsa Família. “Podem ter certeza que um dos meus compromissos é a valorização do salário mínimo para consolidar as conquistas que nós todos aqui conseguimos para nosso país, para nossos trabalhadores e nosso povo”.
“Eu não fui eleita nem se serei reeleita para reduzir salário de trabalhador, nem para desempregar trabalhador. Nem para colocar o nosso país de joelhos diante de quem quer que seja”, acrescentou a candidata.
Dilma disse que seu projeto para os próximos quatro anos, inclui a superação da crise econômica e a continuidade do crescimento, com garantia de emprego, renda e outras conquistas sociais, como o reconhecimento do trabalho doméstico, a luta contra o trabalho escravo e o acesso da população negra ao serviço público por meio da Lei de Cotas.
Aos sindicalistas da CUT, Dilma reforçou o slogan que pretende utilizar na campanha e disse que essa será uma eleição “da verdade contra o pessimismo” e comparou o clima atual à preparação para a Copa do Mundo, quando o governo foi criticado e questionado sobre sua capacidade de organizar o campeonato.
“Quando Lula foi eleito, dissemos que a esperança venceu o medo. Agora temos que pensar que a verdade tem que vencer o pessimismo. Falaram que não teria Copa do Mundo e que, se tivesse, daria errado. E, se desse errado, era porque não tinha aeroporto, não tinha estádio e não conseguiriam andar na cidade e seria o caos. Falaram até em racionamento de energia. E o que nós vimos é que nada disso aconteceu. Nada disso aconteceu”, lembrou.
“O que vimos foi o contrário, a Copa foi um sucesso e o Brasil mostrou que tem um povo muito hospitaleiro, alegre e civilizado. Demos uma goleada nos pessimistas. Nessa eleição, temos que fazer a mesma coisa. Temos que dar uma goleada nos pessimistas”, acrescentou.
Dilma criticou o governo paulista, do PSDB, pela crise no abastecimento de água. “A verdade vence a falsidade e o pessimismo quando a gente lembra o que aconteceu na Copa. Todos os jornais diziam que faltaria energia no Brasil. Não vai faltar energia no Brasil, mas em São Paulo pode faltar água. Nós [governo federal] tomamos todas as providências para que no Brasil não falte energia elétrica”, comparou.
Os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, os prefeitos de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, e de Guarulhos, Sebastião Almeida, e o candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, participaram do evento da CUT ao lado de Dilma.