O advogado Claudio Alves Pereira, rebateu, há pouco, as acusações do diretor do Escritório Regional de Saúde, Manoelito Rodrigues, ao Hospital Santo Antonio-Fundação Saúde Comunitária que apontou auditoria feita pela Secretaria de Estado de Saúde e 'superfaturamento' em cobrança de R$ 4,2 milhões de despesas administrativas de atendimentos feitos pelo SUS, "há mais 36 meses". Claudio negou, com veemência, que tenha ocorrido superfaturamento nas cobranças. "Jamais houve. Nossa instituição, que é fundação comunitária, tem conselho curador que aprova as contas, que também são colocadas à disposição do Ministério Público. Pode existir algum problema, mas faz parte de uma relação comercial. Cito como exemplo, o preço da UTI praticado pelo hospital, que é de R$ 1,2 mil a diária. O Estado paga R$ 700 e a União R$ 500. Isso não consta na auditoria", rebateu.
Quanto aos preços de atendimentos cobrados pelo hospital e comparados com os praticados através da CHBPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos) com diferenças que variam 200%, 500%, 1000% e um caso de até 30 mil%, o advogado ponderou que "a questão da saúde está judicializada. O paciente chega no hospital com caso grave, com liminar do judiciário, e hospital atende. A que preço atender? Essas diferenças ocorrem porque o paciente entrou no hospital como particular, precisando de UTI ou outro atendimento emergencial e pelo SUS a capacidade de atendimento estava esgotada. Mas a justiça determinou o atendimento. Então, o hospital não pode atender pela tabela do SUS. Nós vamos cobrar a fatura como atendimento particular e não como SUS, porque a capacidade de atendimento pelo Sistema Único de Saúde estava esgotada", explicou. Quanto a cobrança de um procedimento que na tabela é R$ 40 e foi cobrado R$ 12 mil, o advogado considera que pode ser caso atendido de forma particular com ordem judicial.
Sobre a cobrança feita, por visita médica a um paciente, no valor R$ 39,2 mil e a auditoria constatou que, na fatura constava nome uma funcionária do setor administrativo e não de um médico, o advogado do hospital apontou que "houve um erro administrativo. Ao invés do chefe do escritório vir ao hospital discutir o problema, vai para a imprensa", rebateu.
Claudio Alves Pereira disse ainda que "o hospital mantém todo o posicionamento feito pelo Welington (Randall Arantes, administrador do hospital) sobre a cobrança. "Pode ter algum problema? Pode, mas de forma administrativa. Não tem má fé e não tem superfaturamento. O hospital reafirma que o Estado tem dívidas administrativas de R$ 4,2 milhões", declarou.
Claudio Alves concluiu que "A Fundação – Hospital Santo Antônio foi credenciada pelo SUS por mérito de seu trabalho. Existe bom relacionamento entre hospital e governo. Para mim, ele (Manoelito) não está falando em nome do governo do Estado. Considero ele, para tratar desse assunto, como pessoa incompetente", concluiu. "Primeiro ele não conhece a realidade do hospital, da cidade. Esse assunto é de tamanho de responsabilidade e é tratado de forma irresponsável, não podemos baixar ao mesmo nível e discutir com pessoas irresponsáveis".
Ele acrescentou que, se o judiciário e Ministério Público requerem, a auditoria será encaminhada.
(Atualizada às 11:36h)
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