O empresário Junior Mendonça, dono de uma rede de postos em Cuiabá, prestou depoimento, esta tarde, na justiça federal, na capital, e reafirmou todas as denúncias que fez, em depoimento-delação premiada acusando o ex-secretário de Fazenda Eder Moraes, que está preso, de operar empréstimos fraudulentos em nomes de empresas de Junior e outras, sendo o dinheiro destinado para políticos aliados do governo, gastos de campanha, suposta compra de vaga no Tribunal de Contas do Estado, repasse para alguns deputados estaduais aliados do governo, alguns órgãos de imprensa, dentre outros. O advogado Huendel Rolim, que defende Junior Mendonça, disse que ele 'ratificou' tudo o que disse para a Polícia Federal. A suspeita é que tenham sido movimentados R$ 500 milhões via factoring e empresas de fachadas
Até agora figuram como réus Eder, sua esposa Laura Costa Dias, o ex-secretário adjunto do Tesouro da Secretaroia de Fazenda Vivaldo Lopes, e o superintendente regional do Bic Banco, Luiz Carlos Cuzziol (onde eram feitos os empréstimos pagos com dinheiro público). A Polícia Federal investiga 59 pessoas, dentre elas o ex-governador Blairo Maggi, o atual Silval Barbosa, o deputado José Riva, o conselheiro do TCE, Sergio Ricardo, o ex-conselheiro Alencar Soares, o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, o prefeito de Sinop, Juarez Costa estão entre os investigados.
Do presídio da Papuda, em Brasília, onde está preso, Eder assistiu Junior Mendonça acusá-lo de ordenar os empréstimos dizendo que agia com consentimento de Blairo e Silval e para quem era destinado o dinheiro.
Eder ainda vai depor a partir do dia 24, e seu advogado, Paulo Lessa, deve arrolar 6 testemunhas de defesa. Ele prevê que esta fase de instrução do processo deve durar 4 dias.