O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Sérgio Ricardo, investigado na operação Ararath que trata de crimes contra o sistema financeiro, teve aprovado pelo Pleno seu pedido de férias do órgão, por período, segundo a assessoria, de 15 dias podendo ser prorrogáveis. Na sua cadeira assume o conselheiro substituto Luiz Carlos Ribeiro, que passa a relatar as contas do governo relativas ao exercício de 2013.
O nome de Sérgio Ricardo foi exposto na quinta fase da Ararath, constando no inquérito suposta manobra para ocupação de vaga no Tribunal. Recentemente, o presidente do TCE, conselheiro Waldir Teis, comparou a denúncia por compra de vagas na instituição, às histórias de folclore brasileiro que se difundem através da cultura popular. Disse que o suposto esquema seria mais ou menos como falar em “Saci Pererê, que todo mundo acredita, mas que ninguém viu”.
Consta nos autos da Ararath suposta engenharia nos meandros da política que teriam alçado o ex-deputado estadual Sérgio Ricardo a condição de conselheiro do órgão fiscalizador. A negociata teria custado R$ 4 milhões, preço da transição de cargo com o ex-conselheiro Alencar Soares, que também está sob investigação no inquérito do Ministério Público Federal e Justiça Federal.
Sérgio Ricardo assumiu a vaga no TCE no dia 16 de maio de 2012, ocupando cadeira de Alencar Soares, também ex-deputado, que deixou o espaço no período sendo aventado para disputar a prefeitura de Barra do Garças, mas ele acabou não concorrendo ao posto.
A manobra, segundo o delator premiado da Ararath, Junior Mendonça, controlador da Amazônia Petróleo, teria contado com apoio do ex-secretário de Estado de Fazenda, Eder Moraes. O ex-gestor é o pivô das investigações. Nesta estrutura, a vaga de Alencar Soares, ao custo de R$ 4 milhões, teria sido negociada na gestão do ex-governador Blairo Maggi (PR). A “propina” para a suposta compra de vaga teria ocorrido em duas parcelas, de R$ 1,5 milhão e de R$ 2,5 milhões.