Após consolidar a pré-candidatura do senador Jayme Campos (DEM) à reeleição no grupo de oposição, liderado pelo pré-candidato ao governo, senador Pedro Taques (PDT), uma nova celeuma surge diante do posicionamento defendido pelos dirigentes do PSB e do PPS para que a indicação do vice seja de uma sigla originalmente do Movimento Mato Grosso Muito Mais. Recém ingressado neste bloco, o Partido Progressista (PP), indicou o empresário do agronegócio Carlos Fávaro (foto), que conta com o respaldo do setor produtivo e da maioria dos partidos aliados.
O presidente licenciado da Aprosoja, Fávaro lidera a indicação do setor produtivo, na lista tríplice formada ainda pelo ex-prefeito de Alto Garças, Ronald Trentini (DEM), e o ex-prefeito de Rondonópolis, Adilton Sachetti (PSB). Aliados de Pedro desde 2010, os prefeitos de Cuiabá e de Rondonópolis, Mauro Mendes (PSB), e Percival Muniz (PPS), respectivamente, entendem que para a indicação do vice, pelo PP, deve prevalecer o mesmo argumento para não trazer o Partido da República (PR) para o grupo. A posição foi defendida na reunião do bloco de oposição na segunda-feira na sede regional do PDT.
Uma das justificativas, dos contrários ao republicanos no bloco, foi de a sigla pertencer à base governista e de só estar aderindo ao projeto oposicionista neste momento. PSB e PPS defenderam e vão apresentar na próxima reunião, na segunda-feira (16), uma lista com nomes para o cargo de vice, incluindo o da deputada estadual socialista Luciane Bezerra. Percival Muniz quer incluir, nesta relação, o nome do ex-governador Rogério Salles (PSDB). O ex-prefeito Sachetti também será referendado. Os socialistas cobram espaço e não querem ficar de fora da composição majoritária.
O PPS, conforme Percival, não vai brigar por espaço porque já tem muita gente na disputa. No entanto, reforça que o vice saia do grupo que está formado há mais de quatro anos, o Movimento Mato Grosso Muito Mais. Apesar do posicionamento, PPS e PSB não colocaram a indicação do coadjuvante à disputa majoritária como condição para permanecer no grupo. As lideranças dos dois partidos parecem ter ensaiado o discurso antes de chegar à reunião ampliada do grupo na noite de segunda-feira.
Mauro, Percival e Luciane chegaram à reunião, com atraso, e juntos. Taques tem reforçado que a decisão para o cargo de vice é do grupo. “Carlos Fávaro é uma pessoa importante no processo, mas quem decide é o conjunto, em tese tem até a data das convenções para definir”, afirmou Taques.
O PP aderiu ao grupo de oposição recentemente, porém, havia deixado a base do governo desde o ano passado, inclusive os cargos de primeiro escalão e passou a ter um posicionamento independente. Já os republicanos se mantêm ao menos em sete secretarias do governo e condicionaram o apoio a Taques à composição na chapa majoritária na disputa para o Senado.
O deputado federal Nilson Leitão, presidente do PSDB, que defende Fávaro, disse que o PP veio para o grupo com o respaldo dos prefeitos Mauro Mendes e Percival Muniz com o objetivo de atrair para o bloco o também empresário progressista Eraí Maggi. O senador Jayme Campos também não tem objeção ao nome do presidente licenciado da Aprosoja, a quem diz ser amigo.
O Movimento Mato Grosso Muito Mais foi formado pelo PDT, PPS, PPS e PV. Após a eleição de 2010, ganhou o respaldo do PSDB e do DEM.