O pré-candidato ao governo do Estado, Julier Sebastião da Silva (PMDB), se disse surpreso com as declarações do senador Pedro Taques (PDT) que questionou o envolvimento do ex-juiz federal com a operação Ararath, da Polícia Federal. Taques alegou que o fato de ter recebido doações de campanha de um dos investigados [o empresário Fernando Mendonça] é menos grave que a ligação de Julier e do também pré-candidato ao governo, Lúdio Cabral (PT).
“Fui, de fato, ouvido por agentes porque pessoas investigadas tentaram usar meu nome para adulterar e confundir a linha de investigação. Contra mim, nada foi comprovado. Penso que, ao invés de tais questionamentos, o senador é que deveria explicar o seu envolvimento com Fernando Mendonça, que acumula uma série de investigações a seu respeito, dentre elas, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, agiotagem e operações de caixa dois. Há suspeitas inclusive que, dentro do gabinete do senador, há a presença de mais uma funcionária envolvida nesta operação”.
Em um outro trecho de sua nota de esclarecimento, Julier diz que espera que, “como cidadão, que Taques não fuja a sua responsabilidade e dê explicações plausíveis, sem factoides e teatros, respeitando a inteligência do povo do Mato Grosso. Torço para que as evidências se mostrem infundadas, seria muito negativo para o estado ter um de seus mais conhecidos senadores envolvido em atividades que depõem contra o seu histórico”.
O ex-juiz lembra que as declarações de Taques causaram estranheza, já que tem Taques como amigo há muito tempo.
Conforme Só Notícias já informou, o senador pedetista afirmou que quem precisa dar explicações sobre envolvimento na Operação Ararath são os dois pré-candidatos da base aliada ao governo do estado: Julier e Lúdio. “Os pré-candidatos do lado de lá também têm que explicar muita coisa, tem pré-candidato que já teve busca e apreensão e o outro o coordenador de campanha está preso”, disse se referindo ao ex-juiz, alvo de um das fases da operação e o ex-vereador Lúdio Cabral, que contou com o apoio do ex-secretário Eder Moraes na campanha de 2012 à prefeitura de Cuiabá. “E que ilícito eu cometi? Recebi doação e declarei, qual o problema disso?”, questiona Taques, que ainda cita o fato de as contas do petista terem sido reprovadas na Justiça eleitoral.