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Ararath: Mendonça cobra urgência na investigação das suas empresas

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Citado no inquérito conduzido pelo Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF) que deu origem à Operação Ararath, o empresário Fernando Mendonça abre a suposta caixa preta da Global Participações Empresariais e pede urgência das autoridades policiais na investigação de sua empresa.

Chamou atenção da PF o fato de empresas estrangeiras que integravam o quadro societário da Global, terem como administradora uma empresa sediada no Panamá, país apontado pelo empresário Junior Mendonça, indicado como uma das principais peças do suposto esquema de crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro, como paraíso fiscal utilizado por beneficiários.

Com mais de 21 anos de sociedade com seu primo Leonardo Mendonça, por questões práticas, Fernando começou, em 2005, em uma forma de dissolução de sociedade. Sob orientação de um escritório de advocacia com sede em São Paulo, Itália e Portugal, o Menezes e Lopes, reconhecido por atender diversas empresas do setor atacadista, ramo em que atua, inclusive a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), decidiu criar a Global, que atua como proprietária e administradora de seu patrimônio.

Para isso, foi orientado a criar também uma off-shore, que trabalha com ações ao portador. Como ainda se tratava de um processo de dissolução de sociedade, Leonardo seguiu o mesmo caminho. Desta forma, Fernando criou a Avel Group LLC, com 99% das quotas da Global e seu primo era o proprietário da Elany Trading LLC, que respondia por 1%. O mesmo processo aconteceu de forma inversa na empresa de Leonardo, a Confiança, da qual sua empresa era a proprietária da maior parte.

O escritório apresentou uma série de opções de países em que as off-shores poderiam ser abertas. Por se tratar de seu próprio patrimônio, Fernando ponderou ao advogado que queria que a empresa fosse fundada em um país sério. “Não queria abrir em paraíso fiscal, por isso escolhi os Estados Unidos”, destacou.

Conforme as exigências legais para abertura de empresa nos Estados Unidos, além de um procurador de extrema confiança, função para a qual Fernando destacou seu primo Wesley Mendonça, era necessário ter uma empresa administradora. Por indicação do próprio escritório que orientou sobre o processo, escolheu a Camille, com sede no Panamá. Segundo ele, um dos motivos foi o fato de ser mais próximo do Brasil, no entanto, ele garante que nunca esteve no país.

As empresas estrangeiras foram abertas em 2005 e em janeiro de 2006, tanto Fernando quanto Leonardo, concluíram a documentação para abrir suas empresas de participações empresariais, a Global e a Confiança, respectivamente.

A Global foi aberta com um capital social de R$ 10 mil. Em 2007, quando concretizou o projeto de dissolução da sociedade com Leonardo, ocorreu a primeira alteração no contrato social da empresa, na qual a Elany, de Leonardo, foi substituída pelo próprio Fernando. O empresário ainda aproveitou a oportunidade para alterar o capital social da empresa com uma perspectiva de integralização de capital até 31 de dezembro de 2009 totalizando R$ 1 milhão.

Leonardo procedeu da mesma forma em relação à Confiança.

Foi só em novembro de 2008, que a off-shore deixou o quadro societário da Global. Fernando, que era detentor de 5% das ações de sua empresa, passou a ser o sócio majoritário, com 99% das quotas de capital e substituindo a Avell Group por sua filha, Ariane Mendonça, na sociedade com apenas 1%.

“Se eu tivesse intenção de lavar dinheiro, assumiria a empresa?”, questiona o empresário.

De acordo com ele, o motivo para tirar as off-shores do quadro societário era em razão da dissolução da sociedade dos negócios com Leonardo já estarem concluídas e pelo custo de manutenção da empresa nos Estados Unidos, que atualmente seria de aproximadamente R$ 15 mil mensais.

Fernando ainda ressalta que durante o período em que esteve em funcionamento, a Avell Group não possui qualquer movimentação financeira se não a referente aos R$ 10 mil de capital social para a abertura do negócio.

Ele, que sequer foi convidado a prestar esclarecimentos à PF ou ao MPF, por meio de sua defesa, protocolizou todas as informações referentes aos seus negócios na 5ª Vara da Justiça Federal, em Mato Grosso, onde foi iniciada a tramitação do inquérito.

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