A defesa do governador Silval Barbosa (PMDB) quer anular os sete depoimentos prestados pelo empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, mais conhecido como Júnior Mendonça, na condição de delator e que originaram as investigações da operação Ararath, da Polícia Federal. Os três pedidos, protocolados na última sexta-feira, no Supremo Tribunal Federal (STF), pelos advogados Valber Melo e Ulisses Rabaneda, sustentam a tese de que não foi respeitada a prerrogativa de foro de Silval, do deputado estadual José Riva (PSD) e do senador Blairo Maggi (PR). Se o STF aceitar a tese, a situação de Mendonça pode se agravar e ele passaria a correr o risco de também ser preso.
Conforme as petições, os procuradores da República de Cuiabá não poderiam mais colher os inúmeros depoimentos prestados por Junior Mendonça, pois teriam que imediatamente remeter as declarações a serem colhidas pela Procuradoria Geral da Republica (PGR). A suspensão, segundo o documento, deveria ocorrer no momento em que o empresário cita os nomes dos três políticos.
Outra suposta nulidade está no fato de que o magistrado não poderia ter homologado o termo de delação, após Mendonça ter imputado crimes contra pessoas detentoras com prerrogativa de foro privilegiado. A defesa alega que a decisão usurpou a competência do STF, que nesse caso atrairia a competência pela citação de Blairo.
A reportagem entrou em contato com os advogados de Silval, mas tanto Melo como Rabaneda se negaram a comentar os pedidos. Ambos afirmaram que só se manifestarão nos autos do processo.