Durante inauguração na nova sede do PDT de Mato Grosso, ontem à noite, que reuniu diversas lideranças políticas apoiadoras da pré-campanha do senador Pedro Taques (PDT) ao governo, o parlamentar falou pela primeira vez, publicamente, sobre a Operação Ararath. Na última segunda-feira (26), depois de ter a prisão revogada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, o deputado estadual José Riva (PSD) declarou que o curso das investigações atendia aos interesses políticos do pedetista que, como ex-procurador da Repú-blica, poderia estar influenciando na Operação.
“A sociedade conhece o deputado e me conhece. Não cabe a mim bater boca com o deputado José Riva. Eu responderia se fosse uma instituição, mas como não, ele fala o que quiser. É direito constitucional dele se manifestar, não vou bater boca”, enfatizou o senador.
Sobre as insinuações de Riva acerca de sua prestação de contas, na qual o deputado questionou a declaração de apenas oito horas de voo durante a campanha de Taques ao Senado, em 2010, o pedetista lembrou que seu balancete foi aprovado pela Justiça Eleitoral sem qualquer ressalva. “É natural que num período pré-eleitoral surja este tipo de insinuação, mas estou absolutamente tranquilo com relação a isso. Quem quiser impugnar a minha prestação de contas, que faça”, completou.
Pré-candidato ao governo, o ex-vereador Lúdio Cabral (PT) chegou a cobrar explicações de Taques acerca da operação Ararath, que tem como citados, seu principal doador de campanha, o empresário Fernando Mendonça, e seu aliado de primeira ordem, o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB). “O Lúdio tem que cuidar da vida dele, como eu cuido da minha. Eu sou senador da República, não sou Procurador da República. Temos que entender que as instituições tem que funcionar”.
Apesar de rebater as declarações, o pedetista afirmou que não falaria acerca da operação por não ter conhecimento de seus detalhes e ressaltou que é preciso ter a consciência de falar sobre aquilo que conhece. Ainda sobre o assunto, Taques defendeu o papel das instituições. No dia anterior, Mendes declarou-se vítima da atuação do Ministério Público Federal (MPF), do qual o parlamentar fez parte até 2010. Segundo o prefeito, tem se tornado comum a prática de, na dúvida, denunciar.
Para o senador, é preciso respeitar as instituições, mas ele pondera que as pessoas que estão sendo investigadas tem o direito constitucional à defesa. “Ser investigado não significa ser processado, condenado, nós temos que entender o momento que vive o Estado. Eu serei o último a falar mal das instituições”, finalizou.
O encontro serviu para alinhar os ponteiros entre os representantes dos partidos aliados e, sem a presença de republicanos, deixou claro o distanciamento do PR com o projeto oposicionista, situação que foi reiterada por líderes de diversas siglas.