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Tribunal investiga se desembargador recebeu R$ 500 mil para não cassar prefeito de Sinop

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso informou, em nota, que requereu à Justiça Federal a documentação referente à quinta fase da operação “Ararath”, da Polícia Federal, que apontaram indícios de envolvimento em esquemas de venda de sentença por parte do desembargador Evandro Stábile, que está afastado pela justiça de sua funções, há vários meses, acusado de venda de sentenças, e do juiz Roberto Teixeira Seror. “O Tribunal de Justiça solicitou hoje para a Justiça Federal toda a documentação referente à Operação Ararath V, onde aparecem os nomes de dois magistrados, para a tomada de providências. Quando chegar o material, tudo será analisado para a tomada de providências. Se o que vier for consistente, será aberto processo investigatório com relação ao juiz [Seror] pela corregedoria e com relação ao desembargador [Stábile] pelo pleno”, diz a nota.

O requerimento foi feito após ser veiculado na imprensa o depoimento dado, em 25 de fevereiro passado, pelo principal operador dos empréstimos ilegais descobertos na operação Ararath, Júnior Mendonça, que afirmou ter emprestado R$ 500 mil para o prefeito de Sinop, Juarez Costa, comprar uma sentença no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e não ser cassado por corrupção eleitoral, no primeiro mandato (2009). O dinheiro teria sido entregue ao então presidente, desembargador Evandro Stábile. Segundo o empresário Junior Mendonça, a decisão de pagar para que Juarez permanecesse no cargo partiu do próprio governador Silval Barbosa (PMDB), que é principal aliado na região Norte. No depoimento, Mendonça diz que, em 2009, foi procurado pelo ex-membro do pleno do TRE, Eduardo Jacob (já falecido) "a mando" do governador Silval Barbosa e "levantar a quantia emprestada de R$ 500 mil para pagamento de propina para Evandro Stabile, para resolver o problema da cassação de Juarez, vez que este somente prefereria a decisão caso a propina fosse antecipada".

Conforme Só Notícias já informou, ainda na versão de Junior, o então juiz Eduardo Jacob teria lhe dito que Juarez estava temeroso em trazer o dinheiro de Sinop para Cuiabá. Junior diz que, então, sacou o dinheiro -em espécie- "e entregou nas mãos de Eduardo Jacob", na casa do ex-membro do TRE, recebendo um cheque datado para 60 dias com juros de 3%. No depoimento consta tambe'm que "o cheque emitido por Juarez foi resgatado, por Jacob, dias depois, com o pagamento em espécie".

Junior Mendonça é apontado pela justiça federal como principal operador, juntamente com Eder Moraes, de empréstimos fraudulentos que foram repassados para vários políticos e que foram "pagos com recursos públicos".

Outro lado
O advogado Alexandre Pereira disse, ao Só Notícias, que tomou conhecimento da denúncia, pela imprensa. "Juarez não foi notificado de nada. Desconheço qualquer possível atitude ilícita do governador em favor de Juarez. Não tive acesso a íntegra do depoimento dele e não tenho conhecimento oficial do conteúdo da delação premiada. Posso antecipar que todas decisões judiciais da manutenção do cargo pelo prefeito foi feita dentro da legalidade. Ganhamos o processo reprovação de contas e de cassação, que foram anulados e obtivemos vitória tanto em primeira instância quanto no tribunal, obtendo votação unanime no TRE e TSE".

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Ararath: oposição quer explicação de Juarez da denúncia de compra de sentença

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