O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse hoje que não houve censura na decisão que proibiu a Polícia Federal de divulgar informações sobre a Operação Ararath 5, deflagrada na semana passada em Mato Grosso. Segundo ele, o sigilo foi necessário para preservar a investigação. O procurador participou nesta terça-feira de reunião na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado sobre a reforma do Código Penal.
Atendendo a pedido do procurador, a Justiça proibiu que o departamento de imprensa da Polícia Federal divulgasse qualquer informação relacionada à operação. O pleito foi acatado pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Justiça Federal em Cuiabá. “Não houve censura nenhuma. O que eu pretendi com isso é que a gente tivesse foco na própria investigação. A investigação tem um escopo, e esse escopo não pode ser driblado”, disse o procurador.
O sigilo provocou reações de entidades ligadas à Polícia Federal e de procuradores da República. Em nota, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal considerou a imposição do sigilo a “mais contundente violência sofrida pela instituição desde a redemocratização do Brasil”. A ADPF também cobrou o esclarecimento dos fatos que motivaram a medida.
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) também divulgou nota para defender Janot e disse que a medida foi necessária para assegurar eficiência às investigações. A associação considera levianas as acusações de que Ministério Público está amordaçando a Polícia Federal.