Os desdobramentos da quinta fase da Operação Ararath, da Polícia Federal, estão sendo analisados pelo grupo governista, que a 32 dias do prazo limite da convenção sequer definiu os candidatos majoritários à sucessão estadual e ao Senado. “Enquanto a pré-candidatura da oposição está consolidada, aqui até agora nada, nem as coligações”, reclama o presidente da Assembleia Legislativa, Romoaldo Júnior (PMDB), se referindo às indefinições no bloco da situação, que deve voltar a se reunir nesta semana, após os desdobramentos da operação da PF, desencadeada na terça-feira passada (20).
Os mandados de busca e apreensão atingiram políticos do grupo da situação e da oposição, porém, as prisões envolveram dois aliados do governo, o deputado José Riva (PSD) e o ex-secretário de Estado, Eder Moraes. O primeiro foi solto na sexta-feira (25). A oposição tem como pré-candidato ao governo, o senador Pedro Taques (PDT).
“Eu nunca tinha visto na história política de Mato Grosso, esperar a última hora para definir uma chapa. E quando a gente sai tarde, a gente sai atrás”, avalia o deputado, pré-candidato à reeleição, que questiona inclusive a falta de definição para as coligações proporcionais. Romoaldo culpa o governador Silval Barbosa (PMDB) e o senador Blairo Maggi (PR), principais lideranças do grupo, que não se articularam a tempo e, segundo ele, não se interessaram no processo.
“Eu já culpei lá atrás o Blairo e o Silval, que não formataram uma chapa, não preparam ninguém, além daquele negócio de Blairo que sai ou não sai candidato, então os líderes foram os responsáveis”, diz o deputado. “Quando se tem duas lideranças fortes, no caso o Blairo e o Silval, você espera a orientação deles, que não se interessaram”, afirma o peemedebista, que espera a convocação de uma nova reunião do bloco esta semana.
Embora veja como consolidada a pré-candidatura de Taques, Romoaldo acha que a disputa para o Senado no grupo de oposição ainda não está afinada. O senador Jayme Campos (DEM), aliado do pedetista, trabalha para concorrer à reeleição.
A decisão em torno do nome de Jayme como pré-candidato do grupo, que já com PPS, PV, PSB, SD, PSC e PSDB, além do DEM e do PDT, foi marcada para o dia 26 próximo, quando acontece uma nova reunião do bloco oposicionista.
Pelo bloco da situação, estão colocadas às pré-candidaturas do ex-juiz Julier Sebastião da Silva, do ex-vereador por Cuiabá, Lúdio Cabral (PR) e do vice-governador Chico Daltro (PSD). O grupo também se preocupa com as coligações proporcionais, que seguem indefinidas sem entendimentos entre os partidos aliados.