Terceiro preso na Operação Ararath, na última terça- feira (20), o superintendente do BicBanco, Luis Carlos Cuzziol, que cumpria mandado de prisão temporária no Centro de Custódia da Capital, anexo à Penitenciária Central do Estado (PCE), teve sua prisão convertida em prisão preventiva.
Levado pela Polícia Federal durante a operação, Cuzziol deveria ficar até cinco dias detido para apuração de informações e garantia do andamento das investigações. O prazo se encerraria hoje, contudo, com a conversão em preventiva, não há período pré-estipulado para sua permanência.
A medida baseia-se em provas da existência do crime e indícios de sua autoria. O bancário é investigado pelos crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. No curso das investigações, ele é apontado como principal operador do esquema de empréstimos sem garantias à Comercial Amazônia de Petróleo que, por sua vez, repassava o dinheiro ao chamado “Sistema”, por intervenção do ex-secretário de Estado, Eder Moraes (PMDB).
Tribunal Regional Federal da 1a Região autorizou, em 9 de agosto, o cumprimento de mandado de busca e apreensão na superintendência do BicBanco em Cuiabá, São Paulo e também na residência de Cuzziol, onde teriam sido encontradas uma série de anotações, assim como na casa de Eder, acerca do esquema de empréstimos concedi- dos à Comercial Amazônia.
Segundo às investigações, a ordem para que o superintendente do BicBanco em Mato Grosso atendesse a todas as necessidades financeiras de Eder partiram do próprio presidente da instituição, José Bezerra de Menezes, o Binho após conversa com o então governador, senador Blairo Maggi (PR).
Sem necessidade de garantias ou qualquer outra burocracia comum às instituições financeiras, o BicBanco em Mato Grosso concedeu empréstimos à ordem de R$ 65 milhões à Comercial Amazônia por intermédio de Eder.