O ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, negou o pedido do Ministério Público para que fossem feitas buscas de documentos na casa e no escritório do senador Blairo Maggi (PR), que está viajando a Europa. Segundo o ministro, os indícios contra o ex-governador de Mato Grosso não são suficientes para autorizar a medida.
Blairo deverá ser ouvidos nas investigações da Operação Ararath, pois é suspeito de ter autorizado uso de instituição financeira clandestina para obter empréstimos fraudulentos que teriam ocorrido na época em que governava o Estado.
Conforme Só Notícias já informou, na casa do ex-secretário de Estado de Fazenda, Éder Moraes, foi encontrada uma planilha que cita o nome da empresa Dymak Máquinas Rodoviárias, que negociou em 2007, com o Estado a venda de maquinários, no valor de R$ 15 milhões. Otacilio nega que a empresa tenha cometido irreguaNa época, o governo era comandando por Maggi. A informação foi dada pelo advogado da empresa, Otacilio Peron, nesta terça-feira à tarde. Na planilha constam nomes de diversas empresas, incluindo empreiteiras, que fizeram obras para o governo estadual.
A empresa também foi citada em outro processo, conhecida como “Escândalo dos Maquinários”, em que a Justiça Federal investigava o superfaturamento na aquisição de 705 patrols, caminhões e pás carregadeiras em 2009 (comprados pelo governo e repassados para prefeituras), durante gestão de Maggi. As centenas de máquinas foram vendidas por várias empresas que também foram investigadas pela justiça. O superfaturamento teria passado de R$ 40 milhões.
Blairo foi inocentado pelo ex-juiz Julier da Silva, poucos dias antes de deixar o cargo. Julier deixou a magistratura para ser candidato ao governo de Mato Grosso pelo PMDB – partido que faz parte da base aliada do governador Silval Barbosa, assim como o PR que tem Blairo como principal liderança em Mato Grosso.
O ex-secretário de Fazenda nos governos de Blairo e Silval, Eder Moraes, que está preso em Brasília juntamente com o deputado José Riva, é investigado por estar ligado diretamente a operações financeiras ilegais, que envolveriam suposto desvio de dinheiro público, tendo vários beneficiários. Uma factoring que operaria ilegalmente era usada para obter empréstimos em dois bancos, onde nesta terça-feira foram cumpridos mandados de buscas. A assessoria jurídica cogita que Eder possa fazer delação premiada.
De acordo com uma fonte, os dois foram transferidos a Brasília para evitar a possibilidade de contatos em Mato Grosso e atrapalharem as investigações.
(Atualizada 01:09h e em 09:11h em 21/5)
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