Um dos nomes mais cogitados para a composição de chapa majoritária que disputará o pleito de outubro, o presidente da Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Carlos Fávaro (PP), descarta a intenção de ingressar na política eleitoral em 2014.“Não vou entrar nessa ciranda porque meu compromisso é com a Aprosoja”, destacou.
Somente nesta semana, Fávaro teve o nome defendido pelo próprio ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller (PMDB), que ressaltou seus trabalhos realizados à frente do setor e pelo ex-postulante à majoritária de seu partido, o empresário Eraí Maggi (PP), que afirmou que fará a defesa de sua indicação junto às discussões progressistas. Seu possível ingresso na chapa majoritária foi bem visto tanto por lideranças dos partidos da base aliada ao governo Silval Barbosa (PMDB) como da pré-candidatura de oposição encabeçada pelo senador Pedro Taques (PDT).
Fávaro, no entanto, esclarece que a indicação de nomes é uma missão que cabe ao partido, representado pelo presidente do diretório regional, deputado estadual Ezequiel Fonseca, mas adianta que prefere ficar fora do processo.
Tanto que sequer tem participado das reuniões partidárias. Ele, que passou os últimos dias em missão técnica na Europa, surpreendeu-se com a especulação em torno de seu nome. “‘Eu simplesmente sou filiado a um partido político”, destacou, ponderando que jamais apresentou um projeto de pré-candidatura.
Além da predisposição de Fávaro de não disputar a eleição, a sinalização de Fonseca de que o PP deve integrar a chapa oposicionista, poderia deixá-lo em uma situação delicada junto ao governo federal, visto que Taques tem assumido postura de oposição também em relação ao projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), cuja gestão possui bom relacionamento com o setor que representa.
A busca por nomes de representantes do agronegócio tem sido intensa para a composição das chapas majoritárias para as eleições gerais, tanto que em Mato Grosso tornou-se o principal foco do governo federal e dos pré-candidatos à presidência.
Antes de Fávaro, o PP tentou emplacar a candidatura de Eraí, que mais uma vez reclinou da proposta em razão dos compromissos relativos às suas empresas. A insistência do PP no nome de Fávaro faz com que o partido, voltado para as composição proporcional, ganhe força nas negociações políticas que se arrastam até o encerramento do prazo para as convenções partidárias.
Da mesma forma, o PSD, que tem o vice-governador Chico Daltro como pré-candidato ao comando do Palácio Paiaguás, também trabalha com outras duas cartas na manga, de nomes fortes do setor do agronegócio, como o presidente da Famato, Rui Prado e o produtor rural, conhecido como “rei do algodão”, José Pupin.