Os processos licitatórios da Secretaria Estadual de Transportes e Pavimentação Urbana (Septu) são os novos alvos da oposição ao governo Silval Barbosa e estão servindo de justificativa para convencer deputados a aderir à proposta de abertura da CPI das Empreiteiras, que tem como principal foco investigar a Trimec Construtora. O deputado Zeca Viana (PDT), um dos principais oposicionistas, voltou a defender a CPI e, de quebra, denunciou a existência de processos fraudulentos de licitação na secretaria e defende que a comissão de inquérito seja ampliada para outros contratos entre construtoras e o governo estadual.
A secretaria é comandada por Cinésio Nunes Oliveira, indicado do Partido da República (PR), a quem o deputado criticou. Líder da sigla na Assembleia Legislativa, o deputado Wagner Ramos, disse que o secretário não pode ser responsabilizado pelas obras paradas e não pagas pelo Estado. “O dinheiro cai numa conta única e cabe ao governo pagar”, explicou.
Autor do requerimento para criação do CPI, o deputado Dilmar Dal’ Bosco (DEM), criticou a postura de governistas sobre a sua atuação para investigar contratos com empreiteiras, principalmente no interior, onde diversas obras se encontram paralisadas. Já Viana, também da oposição, disse que existe um mistério em torno da CPI. “Precisamos fazer a CPI sair do papel e investigar as licitações fraudulentas na secretaria”, provocou o pedetista. O deputado aponta que a Trimec, de propriedade do empresário Wanderley Torres, se tornou uma das maiores empreiteiras do Estado. “Eles ganham e não fazem as obras, está ficando um negócio inaceitável com licitações fraudulentas e direcionadas”, acusa Viana, sem apontar em quais obras ocorreram as irregularidades. “Foi uma grande jogada e mal intencionada do governo em recolher as máquinas dos consórcios municipais e entregar para a Trimec”, denuncia o deputado. Conforme ele, este processo aconteceu em 2012. “É um escândalo o que acontece ali dentro da Septu”, reforça a denúncia.
Ele destacou que a investigação aberta pelo Ministério Público Federal (MPF) para apurar suspostas irregularidades nos contratos firmados entre a Construtora Trimec/Consórcio Trimec-Hytec e o governo do Estado para a realização de obras públicas.
Outro lado
O secretário Cinesio Nunes pediu para Viana apresentar por escrito as denúncias. “O deputado precisa, para o bem comum de todos, se existem indícios, apresentar formalmente. A Septu está de portas abertas, bem como os demais órgãos de controle de fiscalização”, respondeu.