“Espúria é a vossa excelência que não administra bem esse governo". O desabafo partiu do deputado Dilmar Dal Bosco (DEM) durante sessão legislativa, esta manhã. O democrata subiu à tribuna da Assembleia Legislativa para acusar o Executivo Estadual de plantar nota difamatória em alguns sites de Mato Grosso, afirmando que ele estaria se aproveitando do escândalo da Trimec para se autopromover.
“Nunca procurei nenhum órgão da imprensa para falar sobre a empresa, muito pelo contrário, depois que o Ministério Público Federal resolveu investigar essa empresa todos os veículos começaram a me procurar, já que no final do ano passado tentei criar uma CPI para investigá-la. Infelizmente, haviam três comissões em andamento na Casa, o que impossibilitou a abertura de uma nova”.
O democrata explicou que, ao contrário do que dizia a nota, o requerimento que ele possuí para criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito voltada à investigar as ações da empresa em Mato Grosso não está vencido, já que, de acordo com o Regimento Interno da Assembleia legislativa, só começa a correr prazo prescricional a partir do momento em que o documento é protocolado em plenário, o que não aconteceu.
Líder do Grupo Independente da Assembleia Legislativa, Dal Bosco afirmou que não foi procurado por nenhum dos outros seis deputados favoráveis a implantação da CPI para retirada da assinatura. O requerimento necessita do aval de um terço dos parlamentares estaduais para sua apresentação em plenário, restando ao grupo conseguir a adesão de mais um descontente para dar início às investigações.
“Vieram insinuar que ‘agora’ estou fazendo um discurso oposicionista. Nunca fui situação, minha postura sempre foi de independência, com o aval do meu partido, tanto que formamos um bloco na Assembleia Legislativa. Outra coisa, nenhum colega veio me procurar para retirar o nome do documento, como prega levianamente a notinha”.
Dilmar cobrou que a Comunicação Estadual volte suas ações para os escândalos envolvendo a Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social que está sendo investigada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado em Mato Grosso (Gaeco) por desvios na ordem de R$ 20 milhões na elaboração de cursos técnicos profissionalizantes.
“Ao invés de propagar notas difamatórias a comunicação do Estado deveria se preocupar mais em esclarecer o escândalo envolvendo a Setas. Mas como a função da Secom ainda não está muito clara para mim devo apresentar, na próxima semana, um requerimento pedindo todos os gastos com a comunicação no governo Silval Barbosa”.