Mesmo após a participação do PDT Nacional no lançamento da pré-candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), o pré-candidato do partido ao governo de Mato Grosso, senador Pedro Taques, em declarações recentes não confirmou seu apoio à petista. O parlamentar deve definir até junho se apoiará ou não a reeleição de Dilma. Seja qual for a decisão, terá que se adequar à resolução da Executiva Nacional do partido, o que pode gerar impasse em sua campanha. Isso porque seu palanque no Estado servirá de apoio aos dois principais adversários da presidente, os pré-candidatos ao Palácio do Planalto, senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-governador do Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
Ainda, segundo o coordenador da pré-campanha de Taques, o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), o pedetista também dará palanque à petista. “Ele vai dar apoio, vai dar palanque para a Dilma sim. Taques vai estar presente no palanque de todos os candidatos que estiverem na sua base o apoiando como governador”.
No Senado, o pedetista tem um posicionamento independente, sendo que na deflagrada crise da Petrobras, como em outros momentos polêmicos, assumiu postura claramente oposicionista, assim como a de seus aliados em seu projeto de candidatura estadual, PSDB e DEM.
Inclusive, foi esta postura que fez com que o senador Blairo Maggi (PR) declarasse publicamente que, apesar da aproximação ensaiada, não teria como apoiar o pedetista. “Nós viemos construindo, eu e o Taques, a possibilidade de estar no mesmo palanque, mas sua posição em relação ao governo federal é antagônica ao meu posicionamento”, disse o republicano.
Além disso, ao PT de Mato Grosso, houve garantia por parte da Executiva Nacional que a presidente estaria apenas em um palanque no Estado e que seria no do candidato da base aliada ao governo Silval Barbosa (PMDB).
Resolução nacional – a determinação da executiva nacional do PDT é de que nos estados em que as coligações sejam divergentes, como ocorre com a possível candidatura de Taques, a coligação será submetida à autorização do partido.
“Considerando a realidade política local, onde houver candidatura própria a governador, a Executiva Nacional poderá autorizar exceção à eventual regra de verticalização”, destaca o artigo 9.
Outro impasse ao qual a candidatura de Taques pode ser submetida é o previsto no artigo 12 do documento, que explica que serão considerados fatos de extrema gravidade, com consequente cancelamento do registro de candidatura e podendo chegar à pena de expulsão, o candidato que realizar propaganda a favor de candidatos que não sejam os indicados pelas convenções nacional e estadual do partido, desobedecer a deliberação emanada das convenções nacional e estaduais, por exemplo.