Alegando desvio de finalidade, o deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM) abandonou, esta tarde, a sabatina ao secretário de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana, Cinésio de Oliveira, promovida pela Comissão Permanente de Infraestrutura da Assembleia Legislativa. “Por mais de 40 minutos o microfone ficou variando entre os dois colegas da base governista, que se alternavam com perguntas idênticas, quase sempre sobre cidades ligadas às suas bases eleitorais. Durante todo esse tempo eu não tive o direito a fazer uso da palavra”.
Visivelmente irritado, o democrata afirmou que a bancada governista segurou o direito à palavra para fazer perguntas exclusivamente sobre os trechos em obra do MT Integrado, quando o documento de convocação apresentado por Dal Bosco previa esclarecimentos quanto ao uso dos recursos oriundos MT Integrado e do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) na pavimentação e drenagem das MTs que integram o Programa de Exploração de Rodovia (PER).
“Eles pegaram a relação de todos os 44 municípios que serão beneficiados com o MT Integrado e começaram a pedir o andamento de cada obra, cada processo licitatório, tornando a convocação enfadonha e sem sentido. Nós tínhamos que fazer apenas um questionamento: de onde virão os recursos para pavimentar os 1.220 quilômetros de rodovias que serão entregues a iniciativa privada”.
Dal Bosco acompanhou as audiências do PER promovidas pelo Executivo Estadual nos municípios da região norte de Mato Grosso, as quais tinham o objetivo de colher subsídios para aprimoramento dos respectivos processos licitatórios. Nas reuniões o secretário adjunto de Transportes, José Márcio Guedes, afirmou que o governo usará recursos do Fethab e do MT Integrado para pavimentar os 1.220 quilômetros de rodovias que serão entregues a iniciativa privada, já que as obras de drenagem e pavimentação são imprescindíveis para realização do processo licitatório.
“Aprovamos o endividamento do Estado em R$ 1,5 bilhão com objetivo único e exclusivo, como prevê o caput da Lei 9763/2012 que criou o MT Integrado, de serem aplicados na interligação de 44 municípios de diferentes regiões de Mato Grosso que não possuem nenhum acesso pavimentado. Tirar recursos do MT-Integrado é ilegal, imoral e o pior, significa que algumas cidades continuaram na poeira, certamente municípios longe da base governamental”.