A aproximação do PR com o PDT dependerá de longas discussões, devendo passar por análise crítica de líderes pedetistas. O presidente regional do PDT, deputado estadual Zeca Viana, revela em sua análise a falta de simpatia com eventual aliança entre as duas legendas. “Na minha opinião particular, como presidente, vejo essa possibilidade com preocupação, porque somos oposição e o PR faz parte do governo. Temo também pelo esvaziamento do discurso”, afirmou em menção às “observações” que seu partido faz em relação à atual gestão estadual, da qual os republicanos fazem parte. Ele vai mais além ao frisar que a decisão sobre uma aliança com o PR passa por definição da agremiação, numa discussão de grupo, e que se for esse o rumo, “os republicanos devem vir sem imposições”.
A declaração de Viana surge em defesa do alinhamento do bloco, do qual faz parte o DEM do senador Jayme Campos, que postula a reeleição. No PR, o projeto está centralizado no nome do presidente estadual, deputado federal Wellington Fagundes. A adesão dos republicanos à oposição gera controvérsias sobre a definição do candidato do bloco para a corrida à senatória.
Zeca é conhecido no meio político por sua postura ímpar em relação à coerência de discurso, independente dos dissabores que provoca no próprio partido ao manter defesa pelos ideais partidários. É nesse sentido, que ele também reconhece a importância da continuidade no grupo dos “companheiros” desse projeto, ou seja, o Democratas, o PSDB, o PV e o PPS do prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz.
O dirigente partidário lembrou, mais uma vez, que o PR até hoje não entregou os cargos do staff de Mato Grosso. Essa foi uma espécie de condição do bloco, sugerida pelo líderes democratas e tucanos, para dar sequência aos entendimentos com os republicanos. “Eles não deixaram os cargos, então fazem parte dessa gestão que fazemos ponderações, porque somos oposição”, acrescentou.
Justamente em razão dessas “ponderações” sobre a administração pública de Mato Grosso, boa parte na voz de Viana, é que o senador Blairo Maggi chegou a se desentender com o pedetista. É que as críticas atingiram a gestão de Maggi, em dois mandatos (2003/2010), tendo eco no modelo vigente porque o PR continua na governabilidade chefiando pelo menos seis pastas do primeiro escalão. Para Wellington, a permanência no staff se justifica porque o partido ajudou a eleger o governador Silval Barbosa, sendo natural a integração à administração.