A reunião ampliada dos partidos da base, realizada na noite de ontem, em Cuiabá, manteve a mesma indefinição sobre um nome de consenso para a liderança da chapa majoritária. A ausência do senador Blairo Maggi (PR) ao encontro, manteve o engessando a respeito do afunilamento dos debates que poderão colocar o PT em segundo plano, podendo não integrar o campo dos postos mais cobiçados. Presidente estadual do PMDB, Carlos Bezerra, afirmou que os partidos com maior musculatura, caso do PR e do PSD além dos quadros peemedebistas, deverão ditar os rumos para construção do projeto às eleições de 2014.
Ainda sem comprovação de viabilidade eleitoral, o ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva (PMDB), foi simplesmente relegado pelo próprio partido, na voz de Bezerra, à condição de poder “vir a ocupar qualquer função”, independente de majoritária. Presidente do PSD em Mato Grosso, vice-governador Chico Daltro, é o único pré-candidato oficial no bloco.
No encontro, Daltro reafirmou o compromisso da legenda para consolidação do projeto majoritário. Ao defender essa tese, Daltro lembrou o interesse maior do grupo de buscar a unidade, necessária para fortalecimento do palanque pró-Dilma Rousseff. Nesse sentido, todos concordam, reforçando a chance de Maggi vir a assumir a missão no Estado. O senador republicano reavalia esse contexto.
O PMDB não apresentou Julier Sebastião da Silva como via para compor majoritária. O partido de Bezerra tem ciência do desafio de tentar consolidar o terreno eleitoral do ex-magistrado, e para isso, deflagra ações estratégicas nos municípios. Sem a certeza do saldo a ser colhido, o presidente estadual do PMDB prefere ser cauteloso nas conjecturas sobre Julier vir ou não a galgar função máxima.
Ao fazer essa análise, Bezerra lembrou a expressão contida do PT no Estado, em menção ao “poder de fogo” das siglas maiores. O PSD de Daltro liderou em 2012 o ranking dos eleitos para as prefeituras, sendo 39 ao final do pleito. Esse componente, aliado à liderança de fortes entidades no Estado, como a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) e a União das Câmaras Municipais do Estado (Ucmmat), dão à legenda de Daltro um campo promissor para as articulações, encampadas ainda pelo deputado José Riva, dono de perfil municipalista.
A presença de Lúdio Cabral na reunião gerou surpresa somada ao “silêncio” de representantes partidários ao perceber a chegada do petista. Ele tenta validar seu nome dentro do partido, sofrendo forte resistência da cúpula do PT. O apoio a ele foi dado no encontro pelo presidente regional do Pros, Valtenir Pereira, apontando o ex-vereador como viés para cabeça de chapa, Wellington para a senatória, ponderando que a vice seja ocupada por um representante do agronegócio da região Norte do Estado. Pesquisa norteará o projeto do bloco.