A declaração do presidente do PDT, Zeca Viana, sobre afastamento do PR do bloco da oposição, provocou uma crise sem precedentes entre as duas legendas, que dificilmente será revertida até as eleições de 2014. Insatisfeito com a posição de Viana, Maggi reagiu, expondo à cúpula do bloco da oposição, liderado pelo senador Pedro Taques (PDT), sua extrema indignação com “avaliações” de Viana que atingiram a gestão estadual, em áreas geridas pelo PR, e ainda a administração estadual sob o republicano (2003/10). Diante do quadro, Maggi não se fez de rogado, avisando Viana, por telefone, a queda de tratativas sobre eventual aliança do PR com o PDT.
Apesar desse enredo, Maggi mantém firme a posição “oficial” de que não avalia disputar o governo. As informações de fonte republicana dão conta ainda que o senador republicano, antes desse mal estar, não teria mencionado validar a chapa encabeçada por Taques, em razão de possível inserção do empresário Eraí Maggi (PP) como vice do pedetista.
O mal estar das duas siglas repercutiu entre membros da oposição, que devem buscar uma forma de reverter possível prejuízo em termos do esperado apoio de Maggi para Taques.
O senador licenciado tem mantido entendimentos nos bastidores sobre o pleito geral do Estado. O respaldo a Pedro Taques estava na mesa de debates do PR, principalmente com defesa das articulações a cargo do presidente, deputado federal Wellington Fagundes, com nome posto para a corrida ao Senado. Maggi nunca escondeu uma leitura sobre esse contexto, mas sempre deixando claro que qualquer atitude nesse sentido dependeria, necessariamente, de uma mudança de discurso de Taques sobre o projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
A ruptura entre as discussões das duas legendas, PR e PDT, parecem ter sido “previstas” por Viana. O presidente do PDT disse reiteradamente que “o PR estava praticamente fora dos debates com o bloco da oposição”, considerando o fato de os republicanos estarem em plena articulação com os partidos governistas. As costuras do PR com o PDT foram questionadas por partidos como o PSDB e o DEM, que exigiram de Fagundes uma postura de independência da gestão atual, por meio da entrega de cargos da estrutura governamental. Para os republicanos, o fato de fazer parte do governo está relacionada à aliança que reelegeu o governador Silval Barbosa (PMDB), em 2010, por isso desnecessária a abdicação dos cargos.
Maggi avaliará com representantes da direção estadual novas investidas rumo ao embate eleitoral. Em tempo, o comportamento dele teria despertado, em alguns membros da agremiação, a “esperança” de que ele possa reavaliar seus planos para as eleições. O senador teria, segundo fonte, ressaltado que “isso está fora de cogitação”.