O juiz federal Julier Sebastião da Silva abriu conversações nas últimas horas com o Partido da República e poderá optar pela sigla para disputar as eleições majoritárias de outubro próximo. Os republicanos têm na manga o nome do senador Blairo Maggi, que se coloca fora do páreo, e também uma capilaridade eleitoral importante e reconhecida pelos demais partidos como essencial nas eleições deste ano.
Favorecido pela lei eleitoral que assegura para magistrados e operadores do Direito a mesma prerrogativa dos ocupantes de cargo no Executivo de se desincompatibilizarem até 6 meses antes das eleições, portanto, em 5 de abril, Julier mantém conversações com diversas siglas, principalmente o PT, no qual foi filiado quando estudante de Direito e o PCdoB, mas nas últimas horas, conversações com alas do PR foram abertas e podem ser concretizadas.
O Partido da República, que chegou a flertar com a candidatura de oposição do senador Pedro Taques (PDT), recuou diante da endurecida posição do PT e da presidente Dilma Rousseff e também da indecisão do senador Blairo Maggi, que é assediado pelo Planalto e pelo ex-presidente Lula, e tenta emplacar dois nomes junto ao arco de aliança composto por nove partidos governistas. Cidinho Santos seu suplente e que assume o mandato de senador nesta semana, além de ser o preferido e o ex-prefeito de Água Boa, Maurício Tonhá.
As conversações com Julier Sebastião da Silva não são novas, pois desde o ano passado e inicio deste ano, o magistrado vinha sinalizando a disposição de deixar a Magistratura Federal e ingressar no mundo político eleitoral e mantinha conversas com diversos deputados, principalmente o 1o secretário da Assembleia Legislativa, Mauro Savi, avalista do apoio republicano a Julier desde que Blairo Maggi não fosse candidato. Savi foi, por seis anos, líder do governo Blairo Maggi na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
Se for confirmada a filiação de Julier Sebastião da Silva no PR, novamente o tabuleiro de xadrez da sucessão estadual ganha novos contornos e um novo nome da disputa, diante do PT, que não tinha candidato no inicio do processo eleitoral e agora aparece com Lúdio Cabral, que tem demonstrado disposição na busca do consenso dos nove partidos aliados (PT/PMDB/PR/PSD/PP/ PROS/PCdoB/PSC e PRB)
Essa tese corrobora com a situação defendida por outros partidos aliados de que o melhor caminho seria ter mais de uma candidatura dentro do arco de alianças para reforçar o palanque presidencial e eventualmente levar a disputa para o 2o Turno, feito inédito em Mato Grosso que só realizou 2o turno nas eleições presidenciais de 2002/2006 e 2010 e para prefeito de Cuiabá em 2004/2008 e 2012.