O secretário de Estado de Saúde, Jorge Lafetá, assumiu o compromisso de analisar e propor soluções às demandas dos prefeitos que integram o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região do Teles Pires. Os principais pontos foram apresentados, hoje, em reunião realizada na prefeitura de Lucas do Rio Verde. Há cerca de 90 dias no cargo, ele relatou estar tomando ciência do setor, com proposta de tornar a política pública mais regionalizada. As principais carências apontadas pelos gestores foram em relação a deficiência nos atendimentos de média e alta complexidade, já que a demanda é grande no Hospital Regional de Sorriso, polo para as cidades. Ele anunciou que todos os municípios mato-grossense receberão pelo menos uma ambulância de última geração. No entanto, não confirmou data da entrega e nem quanto foi investido.
Lafetá falou que “as demandas da região vão desde procedimentos primários, até alta complexidade, mais para média e alta complexidade. Então viemos conhecer a realidade dos municípios, da região, tentar minimizar a questão de leitos e estamos trazendo propostas de ambulâncias e abrir as portas da secretaria para que possamos discutir uma política de saúde para região”. Apesar disso prazos não foram dados. “Estamos transformando essa política [de saúde] em regional, trazer para nossa realidade. Vamos demandar isso, nos reunirmos mais vezes, para desenvolver”, acrescentou.
O presidente do consórcio e prefeito de Vera, Nilso Vígolo, destacou esperar uma resposta positiva do Estado em relação aos problemas. “Estamos esperando que traga um novo modelo de saúde para que tenhamos um problema menor com a implantação”, afirmou. “Mais ou menos são todos os mesmos problemas [nas cidades que integram o consórcio]. Se há realmente um compromisso do Estado em buscar alternativas, todos estão de acordo em parceiras para mudar a atual situação, principalmente das pessoas que mais necessitam”. Ele destacou ainda que o Estado deve encaminhar, em breve, o repasse atrasado às cidades, cujo valor não foi divulgado.
A secretária de Saúde de Sorriso, Rejane Potrick Zen, relatou algumas das dificuldades. “O Estado também tem uma demanda imensa nas regiões e a oferta dos serviços de média e alta complexidade é pequena para nossa necessidade”.
Apesar da expectativa, o prefeito de Lucas, Otaviano Pivetta argumentou que o Hospital Regional já não suporta a demanda. “Considerando que a população dessa região está aumentando muito, diferente de outras do Estado, então, é razoável pensar que o consórcio de Sorriso está obsoleto para atender todos os municípios que atende além das condições precárias físicas e todas dificuldades estruturais que conhecemos”.
O posicionamento foi partilhado pelo prefeito de Tapurah, Luiz Eickoff. “O consórcio foi estabelecido em Sorriso para atender um certo número de pessoas e está atendendo cinco vezes mais, a população está crescendo. Então, a preocupação dos gestores é melhorar esse atendimento e fazer o possível para melhorar atenção básica para que não se tenha que buscar outras alternativas”.
O prefeito de Santa Rita do Trivelatto, Hugo Garcia, frisou a importância da descentralização dos serviços. “Evoluímos muito nessa gestão. De um médico passou para três, temos estrutura de atendimento básico de baixa complexidade, mas quando depende alta, consequentemente temos que buscar nossa central através do Hospital Regional de Sorriso, sede do consórcio. Através disso temos que fazer política pública, “desconcentrar” para não funcione tudo exclusivamente em Sorriso. A exemplo disso seria um hospital em Lucas e em Mutum”.
O prefeito de Ipiranga do Norte, Pedro Ferronato, criticou a inércia do governo. “A maior dificuldade é a desorganização da saúde no Estado e da União. Tudo cai no município. Se prestarmos atenção e vermos que a União tem 65% dos impostos, o Estado 25% e o município 12%, quem arca com a saúde é o município. Se não vier de cima para baixo um plano organizado, não é ao contrário que vai se resolver o problema. Estamos gastando mais de 20% na saúde, que deveríamos legalmente gastar até 12%. O que acontece é que hoje ficamos sufocados. A saúde está engolindo o orçamento, não sobrando o dinheiro para investir”.
O prefeito de Cláudia, João Batista, ainda falou no funcionamento pleno do Hospital Regional de Sinop. “Estamos cobrando do secretário, os prefeitos, principalmente da nossa região Norte, o funcionamento efetivo do Hospital Regional de Sinop. O secretário disse que o que falta lá é mais material humano. Mas queremos que isso não fique só em reuniões e palavras, mas que se torne ação, e que comece a funcionar para atender toda região. Nosso problema ainda é infraestrutura, mas estamos conseguir reformar, mas tem a logística de trazer os pacientes a Sorriso toda vez que precisam ser encaminhados”.