Nova movimentação no cenário político de Mato Grosso promete “rearranjo” entre possíveis aliados, abrindo forte precedente para que o PDT saia do bloco da oposição e passe a fazer parte do grupo da base governista. As articulações se tornaram mais evidentes nos últimos dias, considerando a seara nacional em que o PDT se prepara para reforçar o palanque da presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições de 2014.
A confirmação sobre as tratativas é do presidente nacional, Carlos Luppi (PDT), que tem mantido entendimentos com o senador Blairo Maggi (PR). “Tudo no momento são conjecturas. Mas existe sim essa possibilidade de o partido em Mato Grosso vir a compor com as legendas da base. São conversações que tenho feito com o Blairo Maggi e que precisam amadurecer”, disse Luppi.
Luppi lembrou que cabe ao diretório regional a palavra final a respeito de uma integração da sigla ao projeto da situação. PDT detém o Ministério do Trabalho, por meio de Manoel Dias, e está na expectativa de reunião com a presidente. No encontro, que pode ocorrer nos próximos dias, o partido de Luppi vai analisar eventual ampliação da participação da sigla no governo Dilma Rousseff. Nesse aspecto, a posição do PDT estadual de compor com a oposição, causaria extraoficialmente arranhões aos planos da nacional.
Carlos Luppi destacou que “se caso ocorra a possibilidade de o PDT estar no grupo da situação, defende que seja o senador Pedro Taques o candidato ao governo”. O alinhamento do PDT no Estado também vem sendo analisado pelo presidente do PR, deputado federal Wellington Fagundes. “Acredito que todas as movimentações são válidas em relação as alianças, porque estamos trabalhando para um novo programa de gestão de Mato Grosso. Assim como avaliamos a chance de o PR fazer parte de um projeto com o PDT, com partidos que são da oposição, também tem que se considerar outras vias”, mencionou Fagundes.
O presidente nacional do PDT fez questão de citar o jargão “em política tudo é possível”, para explicar as mais recentes discussões entre o partido e o PR. Siglas aliadas ainda aguardam a decisão do governador Silval Barbosa (PMDB) de disputar ou não as eleições. A posição de Silval deve provocar reviravolta no atual contexto, colocando o PSD do vice Chico Daltro em posição de vantagem para ocupar liderança de chapa majoritária. O PDT e o PSD do Estado cultivam rusgas e por isso, o PR tenta costurar uma alternativa de aliança para o que parece não ter solução plausível.