Fomentado pela discussão acerca do tamanho do duodécimo da Casa de Leis, o sentimento de que a Assembleia Legislativa estaria se enfraquecendo perante outros Poderes constituídos no Estado parece ter antecipado a corrida eleitoral pelo comando da Mesa Diretora, que, oficialmente, teria início somente a partir de agosto do ano que vem. Na ponta, como candidato mais comentado, está Emanuel Pinheiro (PR), que já teria o apoio de um grupo de, pelo menos, 10 parlamentares.
O próprio republicano não se coloca como candidato a presidente, mas também não esconde a satisfação de ter o nome exaltado por alguns colegas como Janaina Riva (PSD), Oscar Bezerra (PSB), Zeca Viana (PDT) e José Carlos do Pátio (SD). Ele mesmo, inclusive, atribui o “movimento” ao desejo de alguns deputados de ter um Parlamento mais forte e representativo em relação a outras instituições.
O sentimento de enfraquecimento da Assembleia não é novidade – vindo de antes mesmo da gestão Guilherme Maluf (PSDB), mas ganhou força com a notícia de que o governo estava retendo, desde o início do ano, cerca de R$ 9 milhões ao mês do duodécimo da Casa. Nem mesmo os esforços do presidente tucano no sentido de cobrar e conseguir receber de volta um total de R$ 57 milhões amenizaram a situação.
Isso porque toda a negociação acabou abafada com a notícia de que o Legislativo será o Poder a ter o menor reajuste de orçamento no ano que vem, somente 3%, quando outras instituições podem chegar a até 30%.Nesse contexto, a relação partidária de Maluf com o governador Pedro Taques (PSDB) é apontada como motivo para que o Parlamento não se imponha mais perante o Executivo. Realça também a postura de oposição que vem sendo adotada por Emanuel desde o início do ano.
Oscar Bezerra é um dos que cita a posição do republicano como fator que o credencia à disputa pelo cargo de presidente. O socialista destaca, todavia, que o mais importante é o fato de Emanuel não ser empresário e não ter relações, se não políticas, com o Executivo. A mesma linha de raciocínio é defendida por Janaina.
Já para Zé do Pátio, embora Emanuel seja um bom nome, o momento não é de discutir a troca do presidente da Casa, mas de tentar fortalecer as ações que são propostas por Maluf.