Os vereadores Fernando Assunção, Wollgran Araújo e Claudio Santos, da bancada de oposição na câmara municipal, foram, agora há pouco, na prefeitura e protocolaram pedido de exoneração do secretário municipal de Finanças, Teodoro Lopes, o Dóia, que está sendo investigado pelo Ministério Público por supostas irregularidades cometidas na época que presidiu o Detran – Departamento de Trânsito de Mato Grosso – de 2007 a 2013. Há suspeitas de corrupção neste período. "Entedemos que, devido as notícias amplamente divulgadas, diretamente ligada a possível delação premiada dos casos investigados de corrupção, é uma situação muito grave. É muito estranho o secretário ser investigado e continuar a frente da principal pasta da prefeitura de Sinop e que está ligada diretamente a atividade financeira. Os fatos tem que ser apurados e é preciso também um posicionamento do prefeito quanto ao seu principal auxiliar, seu braço direito, estar sendo investigado pelo Ministério Público sobre denúncias de corrupção", disse Fernando.
"O melhor que o secretário tem a fazer, neste momento, em respeito a sociedade sinopense, é pedir seu afastamento até que o assunto fique definitivamente esclarecido", afirmou o vereador.
Wollgran Araujo disse que o secretário deve "ser imediatamente exonerado. Ele mesmo deveria já ter pedido exoneração até mesmo para ter mais transparência. Esperamos medidas cabíveis e imediatas. Não estamos pre-julgando ninguém porque todos têm direito a se defender. Mas, mediante as declarações dadas por ele, ao Ministério Público, nada mais justo do que ocorrer sua exoneração", declarou, ao Só Notícias. "Nesse momento, ele não reúne condições de continuar comandando a secretaria", emendou.
Reportagem do site MidiaJur informa que Doia iniciou "um processo que poderá culminar em um termo de delação premiada junto ao Ministério Público Estadual e à justiça. Ele presidiu a autarquia entre 2007 e 2013. Segundo apurou a reportagem, desde a semana passada, ele vem se reunindo com promotores de justiça para dar detalhes sobre supostos esquemas de desvios de dinheiro público. Nos depoimentos, Dóia já teria admitido um esquema de recebimento de propina da empresa FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação de Documentos Ltda, responsável pelo registro de financiamentos de contratos de veículos, necessário para o primeiro emplacamento. Com base em uma portaria do Detran-MT, de 2009, a empresa cobrava uma taxa que variava entre R$ 170,00 a R$ 400,00. A FDL ficava com 90% do valor arrecadado, repassando apenas 10% aos cofres da autarquia. O suposto esquema renderia algo em torno de R$ 1 milhão mensais. O dinheiro era sacado em uma agência do Banco do Brasil, no Distrito Industrial, em Cuiabá. O Ministério Público Estadual já teria pedido a quebra do sigilo e das movimentações da conta da empresa, e todos os registros de saques na agência. Segundo fonte do MidiaJur e MidiaNews, Dóia teria dito que um dos sócios da FDL sempre ia à agência com ele, para providenciar os saques. No próprio local, o dinheiro já seria pulverizado para outros emissários – um do Palácio Paiaguás, e outro assessor da Assembleia Legislativa. Outra informação é que Dóia teria admitido ter comprado dois apartamentos em Cuiabá, com dinheiro proveniente do esquema. Os depósitos das compras teriam sido feitos na conta de um parente do dono da construtora, com sede na capital. Além do suposto esquema com a empresa FDL, Dóia já teria admitido outras operações ilegais, relacionadas à cobrança de lacre de emplacamento, que era de R$ 20. O contrato com a empresa que prestava serviço foi suspenso no início deste ano".
Outro lado
Só Notícias tentou novo contato, esta tarde, com o secretário Teodoro Lopes. Novamente, as ligações em seu celular foram para a caixa de mensagens. A assessoria da prefeitura foi procurada para tratar do requerimento dos vereadores (de afastamento do secretário) e ainda não se pronunciou.
(Atualizada às 14:22hs)