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GAECO prende mulher de Silval acusada de ficar com “40% de propina”; ex-governador critica prisão

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O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) cumpriu, esta tarde, um mandado de prisão contra a ex-primeira dama do Estado, Roseli Barbosa, esposa do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). A prisão foi na cidade de São Paulo (SP). O Ministério Público Estadual também confirmou que foram presos Nilson da Costa e Faria, Rodrigo de Marchi e o ex-chefe de gabinete de Silval, Sílvio Cezar Correa Araújo.

Roseli foi secretária de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas) durante a gestão de seu marido. Ela é acusada de participar de um esquema de desvio de recursos públicos na pasta que comandou por quatro anos. Segundo informações do MPE, a prisão de Roseli foi decorrente da operação “Ouro de Tolo”, um desdobramento do processo relativo à operação Arqueiro.

Ela e mais 34 pessoas são réus em um processo sobre um suposto desvio de R$ 8 milhões na pasta estadual. Assim como a ex-secretária, estão incluídos neste processo o ex-secretário Jean Estevan Campos Oliveira, o ex-chefe de Gabinete de Silval, Silvio Corrêa e o empresário Paulo César Lemes.

A denúncia do MPE aponta que a secretaria teria contratado institutos “fantasmas” para executar programas sociais.

O ex-governador está em Cuiabá e negou que estivesse em São Paulo acompanhado da esposa. Em nota, disse que confira "na justiça, mas vamos combater os excessos, pois acredito que a prisão é desnecessária, uma vez que a Roseli não participou de nenhum esquema na secretaria”.

Ainda não há informações para onde a ex-primeira-dama será encaminhada.

Acusação

O MPE acusa Roseli de "liderar a organização, Nilson Farias de ser intermediador entre servidores e empresário colaborador", Silvio Araújo é membro e há um empresário que fez delação premiada. Promotores apontam que foram criadas ficticiamente instituições privadas sem fins lucrativos para executarem convênios de demandas vinculadas ao fomento de trabalho e assistência social do Estado; elaboração de convênios entre a secretaria e institutos de fachada, apresentação de planilha de custos e respectiva combinação acerca de propina a cada um dos envolvidos.

O Ministério Público acusa Roseli Barbosa de ficar "com 40% do valor desviado". O "recebimento ocorria em dinheiro vivo e através de interposta pessoa". O empresário devolvia dinheiro e ficava com 36% do valor "conforme acerto prévio".  Ainda de acordo com o MP, "24% do valor desviado era entregue em mãos a Nilson da Costa Faria e Rodrigo de Marchi que dividiam a referida propina".

A promotoria acusa Silvio Cesar de usar parte do dinheiro da propina para "pagar dívidas de campanhas eleitorais" no valor de "R$ 418 mil".  O MP acusa Silvio de "para pagar a dívida, obteve de Roseli Barbosa autorização de que o empresário colaborar não repassasse a ela sua parte na propina em um dos convênios existentes 02/2013/SETAS/IHD".  O Ministério Público apurou que esta "autorização resultou na quitação particular (fins de uso em campanha eleitoral) através de retenção de valores que seriam entregues a título de propina a então primeira dama do Estado de Mato Grosso".

(Atualizada às 17h26)

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