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Ex-senador critica ex-prefeito de Várzea Grande por contrato milionário suspeito

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O ex-senador Jayme Campos (DEM) roubou a cena durante o lançamento das obras de reforma e ampliação do Pronto Socorro de Várzea Grande, ontem à tarde, ao voltar a tecer duras críticas à gestão do prefeito cassado do município Walace Guimarães (PMDB), à qual atribuiu a alcunha de “facção criminosa”. Na oportunidade, o democrata ainda revelou a existência de um contrato no valor de aproximadamente R$ 40 milhões, colocado sob suspeição e considerado um escândalo pela atual administração, sob Lucimar Campos (DEM), esposa de Jayme.

O contrato foi identificado após o período de auditorias determinadas pela prefeita, que assumiu o Paço Couto Magalhães há pouco mais de dois meses, após longo período de batalha judicial contra Walace Guimarães. Assim como outros que passaram pelas auditorias, o contrato foi suspenso. Conforme o ex-senador, a contratação era referente à prestação de serviços de consultoria. Jayme, no entanto, não especificou quais seriam essas auditorias, mas afirmou que Lucimar deve fazê-lo na próxima semana.

Ele apontou ainda a existência de um contrato de locação de maquinários no valor de R$ 12,4 milhões, ou aproximadamente R$ 1 milhão mensal, para realizar serviços de patrolamento. Ocorre que a prefeitura possui nove máquinas do tipo, que estavam, segundo Jayme Campos, abandonadas e necessitando apenas de consertos e trocas de peças. O que foi feito pela atual administração por cerca de R$ 77 mil. “O que havia aqui era uma verdadeira facção criminosa, que estava instalada na prefeitura. Era o PCC de Várzea Grande”, disparou o democrata. “Recebemos das auditorias um contrato de R$ 40 milhões que será investigado”, garantiu.

Para ele, a contratação é um desrespeito à população várzea-grandense. “Como uma prefeitura tem um contrato desses e alega que não tem dinheiro para comprar remédio, para reformar escolas e fazer investimento ou pagar as dívidas?”, questionou.

“A Lucimar assumiu o cargo com a prefeitura sem crédito e devendo até ao padeiro. É um escândalo”, desabafou Jayme, ex-prefeito de Várzea Grande e ex-governador de Mato Grosso. O democrata afirmou que nesses dois meses foram pagos cerca de R$ 18 milhões de passivos de gestões anteriores. E lembrou que as dívidas feitas por Lucimar foram pagas em dia. Assegurou ainda que na atual administração “o dinheiro vai aparecer”.

As críticas de Jayme foram reforçadas pela prefeita, que comentou o descarte de mais de 400 mil medicamentos vencidos na gestão passada. Eles estavam armazenados no Centro de Distribuição do município e a divulgação do fato ganhou repercussão nacional. Para Lucimar, o fato foi um “crime social” cometido por Walace Guimarães. O peemedebista deixou a prefeitura após ser cassado, em meio à forte crise de popularidade e altos índices de rejeição.

Além dos problemas históricos da cidade, ele foi alvo da Operação Camaleão, deflagrada pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que perseguia indícios de que uma organização criminosa teria se instalado na Prefeitura para fraudar licitações, com delitos de corrupção e peculato. Antes de ser cassado, no entanto, ele declarou que era candidato natural à reeleição no próximo ano.

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