O presidente da Fecomércio (Federação do Comércio de Mato Grosso) e ex-secretário de Indústria e Comércio Pedro Nadaf depôs, esta tarde, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Renúncia e Sonegação Fiscal sobre a concessão de benefícios, para muitas empresas, durante o período em que comandou a pasta de 2007 a 2012. Nadaf negou qualquer irregularidade durante sua gestão, disse ter entregado as metas e avaliações junto com os balanços anuais para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), no entanto, ele admite que a equipe da secretaria é reduzida e pode ter tido falhas na fiscalização.
O ex-secretário ressaltou que, durante sua gestão, 162 empresas tiveram os incentivos suspensos por não cumprimento das metas. Ao final, Nadaf reafirmou que nunca teve a intenção de causa dano ao erário ou beneficiar terceiros. Ele ponderou que o benefício fiscal seja visto pelos deputados como política econômica e não como renúncia, pois é importante para garantir a atração de novas empresas, gerar emprego e renda, além do desenvolvimento de cidades.
O deputado Wilson Santos questionou sobre ato publicado que concede incentivos a três empresas que tiveram a carta convite, vistoria e todos os outros trâmites aprovados em 24 horas. O ex-secretário disse que precisa analisar o caso e poderá encaminhar os esclarecimentos à CPI.
A assessoria da Assembleia informa que Nadaf pode voltar à CPI para novos esclarecimentos. O presidente da comissão, deputado José Carlos do Pátio, que não saiu satisfeito da oitiva. Para ele, Nadaf fugiu de alguns questionamentos. Ele destacou ainda que a CPI possui auditores junto à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, além de dados do TCE e da Controladoria Geral do Estado (CGE).
O deputado Emanuel Pinheiro alegou que é preciso ouvir todos os citados na apuração da CPI e, além de Nadaf, outros ex-secretários devem ser ouvidos, assim como os ex-governadores Blairo Maggi (PR) e Silval Barbosa (PMDB). Emanuel questionou ato de dezembro passado que concedeu incentivos "ad referendum" assinado por ele, como secretário-chefe da Casa Civil. Nadaf disse que o ato foi feito para que depois se verificasse o enquadramento. Ele disse que apenas assinou o ato encaminhado pelo secretário de Indústrial da época, Allan Zanata.