Definido pelo presidente da executiva nacional do PSD e ministro das Cidades, Gilberto Kassab, como presidente da comissão provisória da sigla em Mato Grosso, o presidente da Associação Mato-grossense de Municípios (AMM) e prefeito de Nortelândia, Neurilan Fraga, buscará a aproximação da legenda com o governo Pedro Taques (PDT).
Criado em 2011 com a alcunha de ser uma sigla independente, o partido teve como seus fundadores em Mato Grosso o ex-deputado estadual José Riva e o ex-vice-governador Chico Daltro, que até então respondia pelo comando do diretório estadual do partido. Ambos estão no rol dos principais adversário políticos do pedetista.
“Enquanto eu for presidente vou estar trabalhando o partido para essa aproximação com o governo. Isso não significa, faço questão de ressaltar, submissão, até porque isso não é bom nem para o governo e nem para o partido”, explicou Fraga.
De acordo com ele, a proposta é buscar uma relação mais amistosa e de parceria com o Executivo Estadual. “Queremos ajudar a fazer esse processo de construção de Mato Grosso. O PSD é o partido com o maior número de prefeitos, então temos que ter a responsabilidade de ajudar a construir o Estado, não poderia ser diferente”.
Em diversas reuniões com Kassab, ele levou o pleito de que a condução do partido fosse realizada por prefeitos. A comissão estipulada pela executiva nacional conta com cinco prefeitos, um ex-prefeito e um advogado. O grupo é responsável pelas diretrizes do PSD de Mato Grosso nos próximos dois meses.
“Nós temos a missão agora de abrir o diálogo com os deputados que estão insatisfeitos, com os prefeitos, vereadores, vice-prefeitos, presidentes do partido e militantes para construir um pacto no sentido de ficarmos juntos e fazer com que o partido continue rumo ao seu crescimento no Estado de Mato Grosso”.
Apesar da insatisfação de alguns deputados com o partido ter se iniciado ainda no período eleitoral, o cenário de crise no PSD ganhou força quando foi anunciado o nome do ex-deputado federal Roberto Dorner para conduzir a sigla e os sinais de debandada se acentuaram com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que afastou o risco de perda de mandato para detentores de cargos majoritários que queiram trocar de partido e a aprovação, na Câmara dos Deputados, da janela que garante a mesma condição aos deputados e vereadores.
A aproximação com o governo teria o intuito de evitar uma debandada de lideranças, já que muitos sinalizam o desejo de acompanhar Taques em uma nova sigla. No entanto, o posicionamento deve afastar pessedistas como a deputada Janaina Riva, por exemplo, e também não será capaz de segurar o deputado Pedro Satélite.
Mesmo sendo um dos defensores da adesão do PSD à base do governo, ele afirmou que a decisão de deixar o partido já está tomada. Para Satélite, trata-se de um problema da executiva nacional, que pouco tem feito pelo Estado.