O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Wilson Santos (PSDB), pretende deixar o cargo no final do ano. O tucano alega que a atuação como interlocutor do Executivo no Legislativo tem atrapalhado seu trabalho como parlamentar. Ele negou que sua saída do posto tenha sido um pedido do governador Pedro Taques (PDT), conforme informações de bastidores que surgiram ao longo da semana.
Santos destacou que o cargo de líder não o pertence e lembrou que recusou o convite em duas ocasiões. “Na terceira vez não tive como dizer não ao meu Estado. Estou feliz, exercendo um cargo que nunca tinha exercido, ao longo da minha trajetória política, mas isso tem gerado um grande prejuízo ao meu mandato”.
Entre os entraves elencados por Santos, está a dificuldade em manter o convívio familiar e até mesmo o atendimento às bases. “Minha esposa não me vê mais, chego tenso, cansado, abandonei meu gabinete individual. Minha base, que me procura, raramente me encontra no gabinete. Não tenho tempo de receber meus amigos que me ajudaram a chegar até ao Parlamento estadual. Passo o dia inteiro estudando, visitando deputados, estudando com técnicos da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), da Casa Civil, e isso me toma muito tempo”.
O tucano pontuou que ainda que, ontem pela manhã, quando concedeu a entrevista, havia sido procurado por oito deputados estaduais. “Estou trabalhando para atender os anseios dos oito parlamentares e as minhas necessidades acabam ficando sempre para o final. Por isso que no final do ano eu vou passar o bastão”.
Santos destaca que ao longo do primeiro semestre conseguiu a aprovação, por unanimidade, nas três principais votações de interesse do Executivo. “Agradeço o respeito dos meus colegas e os parabenizo por terem melhorado os três textos”. No entanto, antes de deixar a liderança, Santos pretende se dedicar a duas votações importantes que deverão ser encaminhadas à AL no início do segundo semestre, a reforma tributária e a definição do formato do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab).