O Senado Federal lança, na segunda-feira (22), às 9h, na Assembleia Legislativa, a campanha “Mais Mulheres na Política – a Reforma que o Brasil Precisa”. O evento, que é promovido pela Procuradoria Especial da Mulher do Senado e pela Secretaria de Mulheres da Câmara dos Deputados em parceria com o Legislativo Estadual, vai reunir parlamentares, prefeitas, vereadoras, lideranças femininas de partidos políticos, entidades e de movimentos sociais.
O evento será coordenado pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), procuradora Especial da Mulher, senadora Marta Suplicy (sem partido-SP) e o senador mato-grossense José Medeiros (PPS). A campanha tem o objetivo de chamar a atenção de parlamentares e da sociedade para que durante a discussão da reforma política seja incluída a reserva de 30% das cadeiras para as mulheres nos três níveis do Parlamento brasileiro, que hoje é de cerca de 10%.
Medeiros explica que a ideia de lançar a campanha em todo o país é para se discutir localmente a presença feminina no parlamento e as medidas para aumentar essa participação no Congresso Nacional e na vida política. “É preciso aumentar a participação da mulher na política para que se promova um espaço ainda mais igualitário para ambos os gêneros, tanto no Congresso Nacional, quanto nos parlamentos estaduais e municipais de todo o país”.
Para a senadora Grazziotin é inimaginável que o Parlamento Brasileiro tenha apenas 10% de mulheres. “É impensável, mas essa é a nossa realidade. Um país que tenha 52% de eleitores mulheres e que essas, que têm o direito de votar e ser votadas, só ocupem 10% de cadeiras no Parlamento. Explicar esse fato argumentando que não há interesse das mulheres na política é querer tapar o sol com a peneira”, destaca a procuradora Especial da Mulher no Senado Federal. Grazziotin lembra ainda, que já existe uma regra que exige dos partidos políticos o lançamento de 30% de candidatas mulheres, mas que a medida é insuficiente para mudar a participação feminina na política. “Apesar de lançarem as candidaturas de mulheres, os partidos não dão apoio a elas durante o período eleitoral”.
Segundo os dados apresentados pela senadora sobre participação de mulheres no Poder Legislativo, o Brasil está atrás de quase todos os países das Américas, numa situação que considera incompatível com a crescente relevância econômica e social da população feminina. “A maioria dos países do mundo adota política de cota para inclusão de mulheres e a presença maior ou menor das mulheres no parlamento dialoga diretamente com a política eleitoral de cada país. E a nossa política eleitoral é o que barra a mulher da política”.