Apontado pelo ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, como um dos políticos beneficiados no esquema investigado pela operação Lava Jato, o ex-deputado federal por Mato Grosso, Pedro Henry (PP), pode ser convocado a prestar depoimento junto à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras na Câmara dos Deputados, em Brasília.
O Supremo Tribunal Federal (STF) acatou recurso proposto pelo PSDB e permitiu que Costa fosse um dos depoentes da CPI. Durante a oitiva de mais de seis horas, o ex-diretor leu a lista de 52 figuras políticas apontadas pelo Ministério Público Federal (MPF), que investiga o caso, mas o ex-diretor reconheceu apenas 28 nomes dentre os elencados, incluindo o de Henry.
Costa reconheceu ter mantido “relacionamento impróprio”, que pressupõe o desvio de dinheiro da estatal para financiamento de campanhas eleitorais, principalmente do PT, PMDB e PP, somente com estes políticos. Henry integrou um grupo de 14 deputados federais, dentre os quais apenas dois não compunham a bancada progressista.
Membro da CPI, o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) afirmou que irá exigir a convocação dos políticos citados por Costa em seu depoimento. Até agora, nenhuma figura política foi convocada pela comissão.
O mato-grossense renunciou ao mandato em dezembro de 2013, logo depois que o STF determinou o cumprimento da pena dos condenados no caso do Mensalão. Nesse julgamento, Henry, que à época dos fatos investigados era líder da bancada do PP na Câmara, foi condenado a sete anos e dois meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, além do pagamento de R$ 962 mil em multas. A pena é cumprida no regime semiaberto, na Capital, onde ele atua como diretor em um hospital da rede privada.