Embora as tratativas referentes à possibilidade de fusão entre o PPS e o PSB estejam sendo feitas no âmbito das executivas nacionais de cada sigla, a discussão deve ocorrer também entre os diretórios espalhados pelos estados brasileiros. Em Mato Grosso, os parlamentares Fábio Garcia (PSB) e José Medeiros (PPS) consideram positiva a união das legendas.
Para o senador, os partidos possuem sintonia ideológica, o que favorece a fusão. “São partidos que têm uma convergência de ideias muito forte e bons nomes. No Senado eu já faço parte do bloco do PSB, junto com o senador Romário e outros. Então minha posição pessoal é favorável”. Ele revela, no entanto, que ainda não tratou do assunto com o presidente regional do partido, prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz.
Somados, PSB e PPS passarão a ter três governadores. Na Câmara Federal serão a quarta maior bancada, com 45 deputados federais. Já nos municípios, contarão com 588 prefeitos. E nas Assembleias Legislativas, 92 deputados estaduais. Mas o maior contingente de mandatários é o de vereadores: 5.831 em todo o Brasil.
Já para o deputado federal Fábio Garcia, a fusão entre as siglas é uma tendência natural dentro do contexto da reforma política, que pode restringir as coligações partidárias e prevê grandes mudanças na legislação eleitoral. “Temos muitos partidos no Brasil e isso acaba prejudicando, porque a gente se perde entre as ideologias. Com a reforma política, essa redução de partidos é uma tendência. Estamos apenas adiantando o movimento”.
De fato, os dois partidos negociam a fusão desde o ano passado. O assunto só teve uma pausa por conta da morte do então presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, ex-governador do Pernambuco e ex-candidato a presidente da República que morreu em um acidente de avião duranta a campanha eleitoral.
Ainda sem definição, o novo grupo deve manter o nome e o número PSB 40. O argumento do atual presidente do PSB, Carlos Siqueira, é de que o partido está massivamente conhecido e obteve nas urnas, com Marina Silva (Rede) como candidata substituta a Campos, 23 milhões de votos.
Em Mato Grosso, o PSB deve anunciar no mês de maio o nome do novo secretário executivo do partido. Segundo Garcia, será uma pessoa de perfil técnico para gerenciar as atividades cotidianas da legenda, deixando os mandatários, como o prefeito Mauro Mendes, com disponibilidade para cuidar apenas das questões pertinentes a sua gestão. A estratégia é desafogar o gestor dos afazeres partidários para focar nas eleições municipais de 2016, caso ele decida ser candidato à reeleição, o que é esperado pelos correligionários e aliados políticos.