Embora tenha adotado postura crítica com relação às medidas do governo federal para enfrentar as crises política e econômica, o senador Blairo Maggi (PR) afirma que não houve rompimento com a presidente Dilma Rousseff (PT). Aliado ao PT desde que iniciou a vida política como candidato a governador de Mato Grosso, em 2002, o parlamentar considera que as recentes declarações sobre a gestão da petista são, na verdade, um alerta ao governo.
“Não tem nada a ver com rompimento, como foi noticiado. O que eu estou fazendo é pontuar, dentro da base do governo, as coisas que eu não concordo e que a maioria da população também não concorda. É o meu ponto de vista. Eu ajudei a eleger a presidente Dilma, estive no palanque dela. Por isso tenho todo o direito e a obrigação de pontuar quando as coisas não estão indo bem”.
Em entrevista ao jornalista Marcelo de Moraes, do jornal O Estado de São Paulo, o senador criticou especialmente a falta de iniciativa do governo federal no sentido de tentar resolver as crises econômica e política que se instalaram no Brasil. Para ele, uma possível solução passaria por um corte gastos, em especial de cargos, e o enxugamento da máquina pública, o que não tem sido feito.
Na tribuna do Senado Federal, em março, pela primeira vez Maggi se pronunciou de forma mais contundente ao citar a crise financeira e política que o Brasil enfrenta. Na ocasião, o senador defendeu a extinção de pelo menos 14 pastas que são secretarias com status de ministérios.
Blairo Maggi destacou que os problemas enfrentados na economia atualmente estão diretamente ligados à crise política que assola o país e pontuou que a presidente não vem fazendo sua parte ao passo que pede a compreensão dos brasileiros para cortar e controlar os gastos para enfrentar o atual cenário econômico.
“Na minha avaliação, estamos em um processo de crise política bastante profundo e de crise econômica bastante grande também. Se não tivermos paciência e o tratamento para essas duas coisas, elas vão empurrando uma a outra para a frente. E as coisas vão piorar antes de melhorar. Então precisamos alertar o governo, para que ele não sufoque e não mate o pouco da economia que ainda está acontecendo”.