Após fazer o convite oficial para que o governador Pedro Taques (PDT) filie-se ao PSB, o presidente do diretório estadual da sigla, prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, reuniu o chefe do Executivo com sua bancada partidária em uma jantar na sua residência onde já iniciaram as discussões acerca do projeto partidário. De acordo com Mendes, caso Taques aceite o convite, ele terá um papel de destaque em sua sigla. “O PSB é um partido que tem quase 70 anos de história, um partido que tem hoje 34 deputados federais, senadores e a nossa grande liderança era o governador Eduardo Campos que nos deixou naquele trágico acidente durante o período da campanha presidencial de 2014. Temos muitos líderes? Temos, mas é notório também que hoje falta uma grande liderança ao partido. Se o governador Pedro Taques vier, ele entra no rol das grandes lideranças”, avaliou.
Taques tem sido sondado por lideranças nacionais de vários partidos e, no ano passado, chegou a ter seu nome cogitado, pelo diretório do PDT do Rio Grande do Sul e com aval do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) para concorrer à presidência. Apesar de não falar sobre o assunto, e de uma trajetória política recente, o governador dá pistas de que vem trabalhando a construção de um projeto nacional. “Já ouvi dele que o maior foco é ser um grande governador, entregar resultados para a população de Mato Grosso e aí, quem sabe, pensar e planejar voos mais altos”, comentou Mendes, lembrando que o pedetista possui uma carreira meteórica como poucos, sendo eleito ao Senado em sua primeira disputa eleitoral e, em seguida, conquistando o comando do Palácio Paiaguás. Durante a conversa realizada na noite da última quarta-feira (1º) a bancada discutiu o propósito de se construir um partido com uma “cara nova”.
Isso porque atribui-se ao fato da candidatura de Campos, sucedido pela ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (PSB), na disputa presidencial, representar uma alternativa diferenciada aos eleitores brasileiros. Em Mato Grosso, a proposta visa manter unido o grupo que garantiu a eleição de Taques ao Governo, em outubro passado, quando conseguiu arregimentar apoio de 12 siglas em sua coligação. Com a presença do pedetista, a reunião avançou até para o debate do lançamento de candidaturas majoritárias estratégicas nas eleições de 2016. Apesar de reconhecer que, atualmente, o PSB não possui nenhuma liderança à altura do ex-governador de Pernambuco, o deputado federal Fábio Garcia (PSB) avalia que o legado deixado por ele nas últimas eleições indica que o partido está no caminho certo. “Não fazemos oposição por oposição e nem votamos tudo a favor do governo. Decidimos adotar uma postura independente que entendemos que é a nova forma de fazer política e Taques se aproxima muito desse perfil”, considerou o parlamentar. Garcia ainda destaca que os ideais defendidos pelo governador são muito semelhantes às propostas trabalhadas por Mendes. “Seria muito natural a vinda dele para o PSB”, disse.
Para Mendes, somente o tempo poderá dizer quem será capaz de capitanear maiores simpatias e melhores apoios para se tornar o grande líder do PSB, mas certamente, Taques reúne todos os predicados para ser uma grande liderança nacional da sigla.