Os principais líderes do PR de Mato Grosso, o presidente, senador Wellington Fagundes e o secretário-geral, deputado Emanuel Pinheiro, rechaçaram veementemente a possibilidade de o partido se alinhar “oficialmente” à base aliada do governador Pedro Taques (PDT). A posição se fundamenta no fato de a agremiação ter estado no lado oposto ao gestor pedetista nas eleições de 2014, quando foram adversários, sendo o PR então aliado do ex-candidato ao comando do Estado, Lúdio Cabral (PT). “Não estivemos no palanque dele. Meu entendimento é que ele [Taques] tem que governar com os partidos que o apoiaram”, sustenta Fagundes. Pinheiro foi taxativo: “não conversamos e nem existe essa chance agora. E até acho uma ofensa falarem que o PR vai apoiar a base do governador em troca de 15 cargos cada deputado”, disparou.
A chance de o PR vir a compor com a base de sustentação de Taques foi posta pelo líder do governo, deputado Wilson Santos (PSDB). O tucano tenta atrair novos apoiadores para o rol da base aliada que ajudou a eleger o governador, contabilizando atualmente 10 parlamentares. Deixou de ser 11 porque o presidente estadual do PDT, deputado Zeca Viana, ainda se mantém crítico sobre as ações do Executivo num mal estar provocado no período da eleição da Mesa Diretora do Poder Legislativo. Viana reagiu a interferência do Executivo no processo, por meio de reuniões que discutiram esse assunto na Casa Civil, sob Paulo Taques. A formação de bloco com 14 membros para definir as presidências das comissões permanentes conseguiu atrair integrantes da bancada do PR, e também do PMDB para o grupo governista.
Agora, mesmo com defesa de alguns parlamentares, os dirigentes partidários se opõe a tese. Ontem, Emanuel Pinheiro admitiu ter sido esse assunto aventado na Casa de Leis. E tratou de desmistificar a ideia. “Eu fui na Casa Civil, na segunda-feira, para tratar de várias questões com o secretário Paulo Taques, mas nenhuma relativa a essa aproximação do PR com o governo. Falar que o partido vai para a base em troca de cargos é inadmissível. Não vejo essa possibilidade. Em nenhum momento discutimos isso e entendo que não é o momento. Na Assembleia vamos apoiar propostas que contribuam para o desenvolvimento do Estado, e se acharmos que merecem debates, nos posicionaremos assim”, avisou. O senador não vê problemas, todavia, em a bancada estadual discutir sua atuação em prol da governabilidade.
Ainda de acordo com Fagundes, enquanto o tema a ser debatido for apenas a governabilidade, cada deputado tem liberdade para tomar uma decisão, como já ocorre atualmente. Dos cinco membros da bancada do PR no Parlamento estadual, três se declaram da base governista (Wagner Ramos, Sebastião Rezende e Ondanir Bortolini, o Nininho), um da oposi- ção (Mauro Savi) e um independente (Emanuel Pinheiro). “Mas participar do governo é virar situação e, se houver um convite formal nesse sentido, aí vamos precisar sentar e deliberar sobre essa questão”, ressalta. Quanto a reunião que Emanuel Pinheiro vem tentando realizar entre os deputados estaduais e os senadores do partido, Wellington Fagundes e Blairo Maggi, o presidente da legenda afirma haver uma previsão de que ela ocorra na próxima segunda-feira (30).