O governador Pedro Taques confirmou nesta sexta-feira (20) que vem sendo assediado pelos presidentes nacionais de diversas outras legendas para deixar o PDT. Não adiantou, contudo, se avalia a hipótese de sair do partido, assim como não citou quais seriam as siglas interessadas em tê-lo como filiado. Os rumores sobre a possibilidade de Taques sair do PDT tiveram início depois do rompimento de relações entre ele e o presidente da legenda em Mato Grosso, o deputado estadual Zeca Viana. O governador nega, todavia, que haja algum tipo de mal-estar entre eles. “Não se trata de reconciliação, porque eu nunca abri a boca para falar do deputado Zeca Viana. Eu estou preocupado em governar o Estado”, pontuou.
Taques, que vem adotando a postura de não responder as críticas do correligionário ao seu governo, também minimizou o fato de Zeca vir se posicionando como oposição dentro da Assembleia Legislativa ao ponto de toda a bancada do PDT não fazer parte do bloco considerado governista na Casa. “Eu não vou bater boca com o Zeca Viana. Cada um fala o que quer. Hoje eu sou governador de todos os mato-grossenses, não governador do PDT. Acho que na democracia é bom ter pessoas que discordam de você. Não quero todo mundo concordando com o que eu faço. Isso seria autoritarismo. E não é pelo fato de sermos do PDT que somos obrigados a concordar em tudo. Eu, como senador, discordei várias vezes do presidente nacional do partido”, argumentou.
O desentendimento entre os correligionários teve início durante as articulações para eleição da Mesa Diretora do Parlamento, no início do ano. Na época, enquanto Zeca defendeu a candidatura de uma chapa, chegando a se colocar como postulante ao cargo de presidente, Taques defendeu outra, que acabou sendo a vitoriosa. Diante da interferência do Poder Executivo nas negociações quanto ao pleito, Zeca denunciou uma suposta “compra de votos”. Disse ter recebido informações de que o governo havia oferecido a indicação de cargos no Palácio Paiaguás para que deputados da oposição votassem em seu candidato. O último episódio de fúria do deputado contra o governo ocorreu na semana passada, quando Zeca xingou de “vagabundo” e “mentiroso” o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques. O discurso foi feito durante sessão plenária da Assembleia e estremeceu ainda mais a relação já delicada que ele tinha com o Executivo. Apesar disso, Zeca vem descartando a hipótese de Taques sair da legenda.
Seu argumento é o de que o correligionário poderia perder o cargo de governador por conta da lei de fidelidade partidária. Na visão do deputado, o máximo que Taques poderia fazer seria se licenciar da sigla por um período. A direção nacional do PDT também vem trabalhando para manter o governador na sigla. Durante a última convenção realizada em Brasília neste mês, o presidente Carlos Lupi pediu uma intervenção neste sentido.