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Alta do dólar aumenta 40% dívida de MT contraída na gestão de Silval

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A recente alta do dólar já resultou em um aumento de 40% no valor total da dívida de R$ 2 bilhões do governo do Estado que foi renegociada com um banco americano durante a gestão Silval Barbosa (PMDB). É o que afirma o secretário de Planejamento, Marco Aurélio Marrafon, segundo quem Mato Grosso deve atualmente cerca de U$ 600 milhões dos quais uma parcela aproximadamente U$ 100 milhões foi paga no início da semana.

De acordo com o secretário, o principal problema da transação realizada no governo Silval está o fato de não ter sido contratado uma espécie de seguro que poderia estabilizar o valor devido pelo Estado em casos de alta da moeda como ocorreu nesta semana, quando o dólar ultrapassou a marca dos R$ 3. “Significa dizer que quando o dólar chegasse a R$ 2,90, a partir daí o seguro passaria a cobrir, mas nem isso fizeram. Foi uma irresponsabilidade muito grande porque, além de fazer a dívida em dólar, foi feito uma opção de assumir o risco da variação cambial”, criticou durante entrevista à rádio CBN Cuiabá nesta terça-feira (10). 

Marrafon ponderou que, de fato, quando os valores ainda eram devidos ao governo federal, esta era uma dívida pesada para o Palácio Paiaguás arcar e que a negociação com o banco americano, à época, realmente parecia vantajosa. Para o secretário, no entanto, antes de buscar alternativa fora do país, o Estado deveria ter tentado uma negociação com a União. “De lá para cá, o governo federal tomou consciência e renegociou com todos os Estados do Brasil e Mato Grosso ficou de fora, porque teve a dívida dolarizada. Perdemos duas vezes”, pontuou. 

O governo vem buscando agora formas de renegociar a dívida com o banco americano. Ainda em janeiro, o secretário de Fazenda, Paulo Brustolin, já afirmava que o Estado estava exposto à instabilidade econômica mundial que poderia colaborar com a alta do dólar, como acabou ocorrendo. O ex-secretário de Fazenda do Estado, Eder Moraes, responsável pela transação com o banco americano, no entanto, sempre defendeu a iniciativa. Seu argumento é o de que a operação era necessária para garantir um maior poder de investimento para o Paiaguás. Eder defende ainda que como cerca de 70% da economia de Mato Grosso também é dolarizada, uma vez que corresponde às transações realizadas pelo setor do agronegócio, que exporta a maior parte de sua produção, haveria uma espécie de “seguro de que essas coisas oscilam quase que no mesmo sentido”.
 

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