O deputado Emanuel Pinheiro, autor do Projeto de Decreto Legislativo, que convoca plebiscito para consultar a sociedade da região metropolitana de Cuiabá sobre a implantação do modal de transporte terrestre propôs suspender a consulta “caso o governo assuma publicamente a continuidade das obras do VLT (Veículo Leve sobre Trilho). Eu retiro a minha proposta de plebiscito”, disse. “Essa discussão era para ter sido lá atrás, mas, como não foi, vamos persistir no erro. O atual governo assumiu, dizendo que não sabe se vai fazer VLT ou BRT (ônibus rápido), se ele decidir pelo VLT e fizer disso a sua política de governo, a nossa proposta perde o objeto. Isso não tem problema, é natural que a gente arquive e retire a proposta. A medida busca colocar o maior interessado no processo, ou seja, inserir o povo na discussão”, afirmou o parlamentar. Mais de R$ 900 milhões foram gastos, cerca de 60% das obras foram executados e Mato Grosso passou vexame na copa porque o modal de transporte não ficou pronto para o mundial.
Em se tratando dos custos para a realização da consulta popular, o deputado explica que se trata de rubrica orçamentária destinada para tal finalidade. “Temos que esclarecer a população, já que os recursos são carimbados, não é a população mato-grossense que vai pagar. O que eu quero é colocar o assunto em discussão, já que nesse atual momento o governo coloca em dúvida qual modelo iremos adotar. Afinal, qual é o medo de ouvir o povo ? ”, indagou.
Para Emanuel Pinheiro, a discussão sobre a continuidade das obras do VLT se aplica perfeitamente ao previsto na carta magna. “Trata-se de uma manifestação popular expressa através do voto”, declarou. Ele sinalizou ainda que apesar de ser uma consulta plebiscitária com apenas um questionamento quanto ao modal, se VLT ou BRT, será possível que outras discussões também aconteçam, como na questão da planilha de custos para se decidir o valor da tarifa que tem que ser acessível para aqueles que usarão o transporte coletivo de massa.
Caso aprovada a consulta popular, o presidente da Assembleia, deputado Guilherme Maluf (PSDB), informará o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso que terá o prazo de 90 dias para realização do plebiscito que terá um alcance de aproximadamente 600 mil eleitores. Até o momento, a matéria possui 12 assinaturas favoráveis, ou seja, 50% da Assembleia apoia a consulta popular.