O ex-secretário de Fazenda, da Casa Civil e da Copa em Mato Grosso, Eder Moraes, afirmou, em um dos depoimentos ao Ministério Público, e revelados pelo Fantástico, que um dos empréstimos fraudulentos, feitos no factoring de Junior Mendonça, e pagos com recursos do governo estadual, foram para comprar apoio político de deputados estaduais. Um dos trechos exibidos, Eder afirma que "havia uma carga de pressão violenta da Assembleia Legislativa sobre o governo, o que também demandava recursos financeiros – para se aprovar uma conta no final de ano, para se tramitar as coisas com velocidade". Ele confirma que o dinheiro era destinado para deputados, mas no trecho exibido da reportagem não foram mencionados nomes.
O Fantástico também entrevistou o empresário Júnior Mendonça, que era dono da factoring que emprestava dinheiro para políticos e recebia a conta do governo. Ele mostrou nota promissória com as assinaturas do ex-presidente da Assembleia, José Riva (preso no sábado à tarde) e do então primeiro secretário da Assembleia, deputado Mauro Savi (PR). Ao explicar a destinação do empréstimo que fez, Junior diz ter ouvido de Riva que seria "para atender às necessidades com o sistema, que seriam os deputados”. Também não foram mencionados nomes. A promissória é de R$ 5,7 milhões. Junior quer receber a conta e não informa quanto faturou de juros. Ele fez acordo de delação premiada com o MP e suas revelações motivaram deflagrar uma das etapas da Operação Ararath.
Outro lado
Os advogados de Riva dizem que as acusações de Junior "não têm base em provas". Silval disse que não autorizou Eder fazer empréstimos em seu nome. Mauro Savi se defendeu dizendo que só avalizou o empréstimo para Riva e que é uma prática comercial lícita.