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Cuiabá: servidores estaduais vão depor sobre suposto desvio de recursos do governo

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A Polícia Civil ainda vai levar pelo menos mais dois meses para concluir o inquérito policial e indiciar os acusados de envolvimento em fraudes em licitação para contratação de empresas para fornecer serviços gráficos ao governo do Estado. O esquema, que tem entre os envolvidos, ex-secretário de Estado, empresários e servidores públicos pode ter desviado cerca de R$ 40 milhões dos cofres públicos. Foi desmantelado na operação Edição Extra deflagrada no dia 18 de dezembro.

Além da análise de diversos documentos, várias pessoas ainda serão ouvidas incluindo servidores da Secretaria de Comunicação (Secom) e da Secretaria de Estado de Administração (SAD). A delegada que preside as investigações, Liliane de Souza Santos Murata, disse ao Gazeta Digital que são vários documentos apreendidos durante as buscas e apreensões que estão sendo periciados e analisados minuciosamente. “Essa é uma fase mais demorada”, ressalta a delegada explicando que a linha de investigação desde o começo dos trabalhos não mudou muito.

“Os presos já foram interrogados. Agora analisamos as provas apreendidas, vários documentos. Algumas pessoas ainda estão sendo ouvidas mesmo depois da operação e várias outras ainda vão prestar depoimentos”, esclarece Murata. Os próximos depoimentos serão de funcionários da administração pública e representantes das gráficas envolvidas nas licitações fraudulentas. “A licitação foi fraudulenta preciso saber a participação de cada um deles”, justifica a delegada.

O inquérito policial já foi para o fórum e voltou, pois a delegada pediu mais prazo para continuar investigando. Somente ao final é que os envolvidos serão indiciados por crimes como fraudes em licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A maioria dos documentos e apreendidos em papeis e computadores já foram periciados, porém alguns laudos ainda não foram entregues à delegada do caso. Os computadores já foram devolvidos aos donos. “O que eu precisava extrair dos equipamentos já foi extraído e passam por perícia”, relata Murata.

Entre os investigados na operação estão os secretários- adjuntos Elpídio Espiezzi Junior (Secom) e José de Jesus Nunes Cordeiro (SAD). Ambos chegaram a ser presos, bem como os donos Gráfica Print e Defanti, Fábio, Dalmi e Jorge Defanti, mas atualmente estão em liberdade. Foram depoimentos do ex-deputado Maksuês Leite, dono da Gráfica Propel, envolvida em outras fraudes em licitações que resultaram na operação. Enquanto delator do esquema, Maksuês deu detalhes de como funcionava as fraudes em licitações lançadas pelo governo e vencidas pelas empresas investigadas, mas ele não é investigado no inquérito presidido pela delegada da Delegacia de Polícia Fazendária (Defaz).

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