Mesmo apontado como suspeito de participação em um esquema criminoso, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) ressalta que vai provar inocência nos casos. Ele é um dos investigados da Operação Ararath, deflagrada no ano passado pela Polícia Federal. Um suposto esquema de lavagem de dinheiro envolveu, além do peemedebista, o senador Blairo Maggi (PR), membros do Ministério Público (MPE-MT), do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e empresários.
O assunto ganhou força novamente após a divulgação em rede nacional de trechos de um grampo telefônico entre Silval e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso. Nas ocasiões é conversado sobre a prisão do peemedebista no ano passado, por porte ilegal de arma de fogo.
Silval evita falar sobre o caso que tramita em sigilo de Justiça, mas lembra que tratava-se de uma prisão de governador de Estado, portanto, chamou a atenção de autoridades nacionais. “Sei que querem me execrar de todo jeito”, desabafa.
O ex-governador é investigado na condição de ser um dos agentes públicos supostamente beneficiados com o possível esquema. Vídeos dos depoimentos do ex-secretário Eder Moraes, apontado como principal articulador do esquema, mostram o ex-gestor explicando que agia, como então secretário de Fazenda, por determinação do governador. O material vazou na imprensa recentemente.
Diante as acusações e depoimentos comprometedores do ex-secretário, Silval destaca que Eder não fez parte do quadro do executivo durante o mandato. “Ele não foi secretário de Fazenda por nenhum dia na minha gestão”.
As investigações levam em consideração pagamentos iniciados em 2007. O peemedebista assumiu o comando do Palácio Paiaguás em 31 de março de 2010. Até então, era vice-governador na gestão Maggi. Ao se titularizar no cargo, exonerou Eder da Sefaz e o nomeou como secretário-chefe da Casa Civil.
Ararath – Realizada em parceria entre o Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), a Operação Ararath investiga um suposto esquema de crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro envolvendo um grupo político do Estado, no qual o ex-secretário Eder Moraes foi apontado como o principal articulador dos interesses dos agentes públicos junto ao empresariado.
Na realização de sua 5ª fase, em 20 de maio passado, quando a PF cumpria mandado de busca e apreensão na casa de Silval à procura de um caderno contendo anotações referentes a supostos pagamentos, o ex-governador acabou sendo preso por algumas horas por posse irregular de arma de fogo, em razão de seu porte estar vencido. Posteriormente, conseguiu reverter a condenação ao pagamento de fiança arbitrado em R$ 100 mil para sua liberação.
Conforme investigações, ao menos R$ 500 milhões foram desviados da máquina pública pelo grupo de políticos de cargos importantes no Estado e empresários de renome.