O ex-prefeito da capital, Chico Galindo (PTB), negou que, durante a sua gestão na prefeitura, o Instituto Municipal de Previdência Social dos Servidores de Cuiabá (Cuiabá Prev) tenha realizado investimentos de aproximadamente R$ 3 milhões em um fundo coordenado pelo doleiro Alberto Yousseff, preso em decorrência da operação Lava Jato.
Por meio de nota encaminhada à imprensa, Galindo disse que a informação se trata de uma “inverdade”. O ex-prefeito ainda desafiou “quem quer que seja a mostrar documento da aplicação”. Ele afirmou também que, se houve algum investimento, não foi feito em sua gestão.
O caso veio à tona a partir do depoimento da ex-contadora do doleiro, Meire Bonim Poza, que à Polícia Federal afirmou os investimentos. Segundo ela, além de Cuiabá outras cinco cidades e o Estado do Tocantins realizaram aportes no Fundo de Investimentos em Participação Viaja Brasil (FIP). Nas transações, Yousseff consegui captar R$ 22,5 milhões.
Em 2013 a PF deflagrou a Operação Miquéias que revelou um esquema de fraude aos fundos previdenciários estaduais e municipais de todo o Brasil. Mais de trezentos policiais cumpriram 102 mandados judiciais na época.
De acordo com as investigações, Galindo teria recomendado ao Conselho do Instituto de Cuiabá que investisse recursos da ordem de R$ 21 milhões nos fundos de pensão Eslovênia, Vitória-régia e Elo. A sugestão do petebista teria ocorrido três dias depois de ele receber uma visita da modelo Luciane Hoepers, apontada pela PF como uma das “pastinhas”, mulheres bonitas com a atribuição de percorrer o País visitando prefeitos e apresentando-lhes os fundos.
Na época, Galindo confirmou o encontro, mas afirmou tranquilidade quanto às investigações. O petebista contou que a modelo apresentou propostas que seriam bastante vantajosas para o Cuiabá-Prev, o plano de previdência dos servidores da Capital. “Ela falou de vantagens financeiras para o Cuiabá-Prev, uma rentabilidade muito maior. Os juros pagariam até 8%”, afirmou.
A sugestão, no entanto, segundo o relatório da PF, não foi acatada pelo Conselho, na época, presidido por Ronaldo Taveira. Ele explicou ao ex-prefeito que não poderia fazer o investimento, porque os fundos eram recentes demais. “Então nada foi feito”, garantiu Galindo naquele ano.